Vendas de cimento têm alta em julho, indica SNIC

(Foto: New Africa/Adobe Stock) 

12/08/2025 | 15:30 — O setor cimenteiro do Brasil começou o segundo semestre de 2025 com números positivos. Em julho, foram comercializadas 6,1 milhões de toneladas, volume 3,1% superior ao registrado no mesmo mês de 2024, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). No acumulado de janeiro a julho, as vendas somaram 38,2 milhões de toneladas, representando um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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A expansão do consumo segue impulsionada pelo bom desempenho do mercado imobiliário e pela melhoria do emprego. O primeiro vem sendo favorecido pela ampliação do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), cujas contratações continuam em ritmo de alta e devem ultrapassar a meta de 2 milhões de unidades previstas para o período 2023-2026. Já o mercado de trabalho apresenta recordes no número de postos formais e na massa salarial, além de queda na taxa de desemprego.

O cenário positivo se reflete no nível de confiança do consumidor, principalmente nas faixas de renda mais baixa e mais alta. Em julho, houve avanço moderado nas percepções sobre o presente e o futuro da economia.

Por outro lado, o setor da construção enfrenta desafios decorrentes da taxa básica de juros elevada (15%) e da restrição ao crédito, o que derrubou as expectativas para os próximos meses. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o índice de confiança do segmento atingiu o menor patamar desde junho de 2021. Além disso, a alta da Selic já impacta diretamente o financiamento imobiliário: entre janeiro e junho de 2025, o número de unidades financiadas para construção caiu 60,8% frente ao mesmo intervalo de 2024.

A confiança da indústria também recuou em julho, influenciada pela expectativa de desaceleração econômica no segundo semestre. O aperto monetário e a elevação das incertezas — agravadas pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros — desenham um panorama mais complexo para a atividade industrial.

Embora o setor de cimento tenha baixa participação no comércio exterior, as tarifas impostas pelo governo norte-americano podem gerar efeitos indiretos, especialmente por meio das oscilações cambiais, que tendem a pressionar os custos de produção.