Trump ampliará tarifa para importação de aço e alumínio brasileiros
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Segundo Trump, Brasil e Argentina estão liderando uma “desvalorização maciça” de sua moeda, o que impacta negativamente os agricultores estadunidenses

Em agosto deste ano, os Estados Unidos decidiram que companhias norte-americanas, em negociações com o Brasil, não precisariam pagar valor 25% superior ao preço original dos produtos (Créditos: beejung/ Shutterstock)
04/12/2019 | 17:10 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, por meio de sua conta no Twitter, que irá retomar as tarifas para importação de aço e alumínio do Brasil e da Argentina. Segundo Trump, esses países estão liderando uma “desvalorização maciça” de sua moeda, o que impacta negativamente os agricultores estadunidenses.
“As reservas também devem agir para que os países, dos quais existem muitos, não aproveitem mais nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportar seus produtos de maneira justa”, disse o presidente norte-americano.
Em agosto deste ano, os Estados Unidos flexibilizaram as importações do aço e do alumínio brasileiro. O governo do País decidiu que companhias norte-americanas, em negociações com o Brasil, não precisariam pagar valor 25% superior ao preço original dos produtos, desde que confirmada a escassez dos materiais no mercado interno.
Na última semana, o dólar norte-americano atingiu, em valores nominais, os maiores níveis desde a criação do real. Já nesta semana, a moeda apresenta queda de 0,82%, sendo vendido na última terça-feira (3) a R$ 4,2051.
REAÇÕES
O Instituto Aço Brasil, por meio de nota, disse receber com perplexidade a decisão do governo estadunidense em restabelecer as tarifas do aço. A entidade respondeu as declarações de Trump reforçando que o câmbio no Brasil é livre e afirmando não haver “por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real”.
Além disso, o Instituto afirmou, ainda, ver como retaliação ao Brasil a medida tomada pelo governo norte-americano, não condizendo “com as relações de parceria entre os dois países”.
“Tal decisão acaba por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas”, finaliza a nota.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente Jair Bolsonaro disse não ver como retaliação ao Brasil a decisão de Donald Trump. Segundo ele, a desvalorização das moedas locais é resultado de fatores externos como a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, os protestos no Chile e as eleições na Argentina e no Uruguai.
Bolsonaro informou também que conversará com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o tema e, se preciso, irá ligar para o presidente norte-americano.

