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Setor da construção alerta Ministério da Economia quanto a um novo saque do FGTS

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Entidades mostraram-se contrárias à liberação de mais um saque de recursos do FGTS para a população brasileira quitar suas dívidas

foto aproximada de um celular em que o aplicativo do banco Caixa está aberto e oferecendo a opção de sacar o FGTS
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, defendeu que a liberação passa a falsa impressão de que o saque ajudará na economia (Foto: Agência Brasil/Reprodução)

24/02/2022 | 12:32 –  O anúncio de Paulo Guedes, Ministro da Economia, feito na última terça-feira (22) alarmou o setor da construção. Isso porque ele divulgou a pretensão de liberar mais um saque de recursos do FGTS para a população brasileira quitar suas dívidas.

A ideia não agradou a indústria da construção, que contou estar enviando uma carta ao Ministério da Economia para alertar sobre as possíveis consequências.

O setor acredita que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) represente uma garantia do patrimônio do trabalhador, que contribua para a segurança das cidades ao possibilitar uma expansão da infraestrutura no país, e, sobretudo, proporcione acesso à moradia digna aos cidadãos — e não como complemento de renda.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, defendeu que essa liberação passa a falsa impressão de que o saque ajudará na economia. “Fizemos em outros momentos análise posterior [à liberação do saque] e o pequeno ganho que traz é muito inferior ao que perdemos”, explica. “Perde-se o emprego gerado na contratação de habitações e saneamento, que, por sua vez, gera renda numa cadeia horizontal, capilaridade, com efeitos imediatos que se propagam por toda economia.”

Segundo ele, os “benefícios do FGTS com investimento são totalmente positivos e não podem ser interrompidos por medidas que, apesar de bem-intencionadas, não resultarão em emprego e renda sustentáveis para a população”.

Luiz França, presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), também se manifestou dizendo que a retirada de recursos do fundo afetará o poder de investimento em habitações.

Além disso, para ele, a perda desse potencial inviabilizará a geração de empregos e de crescimento econômico, já que, a cada R$ 1 bilhão de investimento em habitação, são gerados em torno de 24 mil empregos.

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