Selic permanece inalterada pela quinta vez consecutiva
Taxa de juros está em seu maior patamar desde 2016

A decisão foi dada diante de um cenário de desaceleração da atividade econômica e inflação em patamar ainda elevado (Foto: Carla Nichiata/Shutterstock)
23/03/2023 | 11:40 – Mantendo-se em seu maior patamar desde 2016, a taxa de juros Selic permaneceu inalterada pela quinta vez consecutiva, em 13,75% ao ano (a.a), conforme decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O resultado, que já era aguardado pelo mercado, foi divulgado nesta quarta-feira (22).
A decisão foi dada diante de um cenário de desaceleração da atividade econômica, inflação em patamar ainda elevado, turbulência no mercado bancário internacional e debates sobre o novo arcabouço fiscal do país — fatores que geram incerteza acerca do futuro da economia no Brasil.
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Segundo a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, o fato de a Selic estar em 13,75% a.a. desde agosto de 2022 não estimula as atividades produtivas e contribui para acrescentar mais incertezas nos investimentos produtivos tão necessários para a continuidade de geração de emprego e renda na economia.
Vasconcelos reforça que, conforme Sondagem Nacional da Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio da CBIC, a taxa de juros elevada é o principal problema do setor. “Nesse sentido, a expectativa de crescimento do setor, de 2,5% para esse ano, poderá ser revisada”, aponta.
A manutenção da Selic em 13,75% também tem impactos diretos na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Refletindo o elevado patamar da taxa de juros, a economia brasileira recuou 0,2% na análise comparativa com o trimestre imediatamente anterior, considerando o ajuste sazonal.
Além disso, as expectativas para o crescimento em 2023 estão inferiores ao resultado alcançado no ano passado. Mesmo a perspectiva mais positiva, que indica crescimento de 1,6% do PIB, e que foi realizada pela Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, aponta crescimento menor do que o ano passado (2,9%).
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