Selic aumenta para 11,75% ao ano
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Juros básicos da economia são os mais altos desde abril de 2017

O aumento acontece em meio aos impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia na economia global (Foto: ronstik/Shutterstock)
17/03/2022 | 13:06 – O Banco Central (BC) anunciou mais uma elevação na taxa de juros básicos da economia. Agora, a taxa Selic foi de 10,75% para 11,75% — e a determinação foi dada por unanimidade. A decisão já era esperada por analistas financeiros.
O aumento acontece em meio aos impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia na economia global. O Copom, além de afirmar que este é um momento que exige cautela, também alertou a população para a próxima elevação da taxa, que será de 1 ponto percentual.
Existe, ainda, a esperança de uma revisão do ritmo do aperto monetário caso necessário. “Para a próxima reunião, o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas”, destacou a entidade.
Este é o maior índice da taxa Selic desde abril de 2017, quando chegou a 12,25% ao ano. Agora, no nono reajuste consecutivo na taxa, o BC reduziu o compasso do aperto monetário: depois de aumentos de 1,5%, a elevação diminuiu para 1 ponto percentual. A alteração divulgada foi a menor desde outubro de 2021.
No início de março de 2021, a Selic estava em 2% — um nível histórico desde o início do registro da série, em 1986, e fruto de um ciclo de seis anos sem aumentos. Desde então, as elevações totalizam 9,75% pontos percentuais. A estimativa é que o ano de 2022 termine com juros em 12,75% — mas também ter quem acredite em juros acima de 13%.
De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa ficou em 14,25% ao ano. Com esses números, o Copom decidiu reduzir os juros novamente, até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano, em março de 2018.
Assim permaneceu até agosto de 2019, quando voltou a ser reduzida. A partir de então, o Copom manteve o declínio no índice até a marca de 2%, em agosto de 2020. Entretanto, o resultado só foi possível devido à grande contração econômica gerada pela pandemia de Covid-19.
O valor está acima do teto da meta de inflação. Para 2022, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não pode superar 5% neste ano nem ficar abaixo de 2%.

