São Paulo combate adversidades para construir imóveis
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Segundo o presidente-executivo do Secovi-SP, o mercado paulista sofre com insegurança jurídica, falta de terrenos e, consequentemente, elevação de preços

A declaração aconteceu durante o evento digital da Abecip, o Abecip Summit 2022, na última quinta-feira (25) (Foto: Narin Nonthamand/Shutterstock)
26/08/2022 | 10:01 – Durante o Abecip Summit 2022, evento digital da Abecip realizado na última quinta-feira (25), o presidente-executivo do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP), Ely Wertheim, declarou que o mercado paulista de construção de imóveis tem enfrentado dificuldades adversas devido à falta de atualização do plano diretor da cidade.
Para ele, a insegurança jurídica e indisponibilidade territorial são os principais fatores que culminam na elevação dos preços dos imóveis. “Há 20 anos, nem é muito tempo assim, em 20% a 25% do território da cidade era possível fazer um projeto imobiliário e a conta fechava. Hoje são apenas 3%", disse, criticando as restrições para construções na capital paulista.
Ao discursar sobre o tema, ele também citou os malefícios que a padronização dos projetos, plantas, fachadas e arquitetura podem atribuir ao setor. Para ele, a demora no processo de produção — da compra de terrenos ao licenciamento, montagem do estande e entrega da obra — não acompanha as tendências de consumo.
"Demora muito para colocar um empreendimento em campo... A gente planeja um empreendimento e ele vai entrar em campo daqui a dois ou três anos. Às vezes, o mercado tem medo de fazer coisas diferentes", afirmou.
Segundo Wertheim, uma grande consequência dessa conduta e do avanço dos empreendimentos econômicos, como o Casa Verde e Amarela, é o número significativo de apartamentos compactos, com plantas inferiores a 40 ou 30 metros quadrados — que costumam ser estúdios ou apartamentos com um único quarto.
"Tem na cidade de São Paulo uma deficiência de legislação. Essas unidades menores, de um dormitório, parte é demanda, é verdade, parte é Casa Verde e Amarela, isso é 40% da oferta, 50%, e parte é uma distorção da lei, que nos obriga a fabricar unidades muito menores, sem vaga, para termos unidades maiores com mais de uma vaga", apontou Wertheim.

