Reflexo da diminuição da atividade do setor afeta na queda do PIB da construção
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Na Indústria, houve retração de 0,2% na Construção no segundo trimestre em relação ao primeiro, e de 2,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado
31 de agosto de 2016 - O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,6% no segundo trimestre de 2016 na comparação com o trimestre anterior, já desconsiderando os efeitos sazonais, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (31). É o sexto resultado negativo consecutivo nesta base de comparação.
Na Indústria, houve retração de 0,2% na Construção no segundo trimestre em relação ao primeiro, e de 2,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto, “estas quedas refletem a continuidade do cenário de diminuição da atividade do setor em virtude da retração nos investimentos. Por outro lado, o ritmo de queda se reduziu significativamente”, comentou.
O encolhimento da economia já era previsto, mas veio superior ao que a maioria dos analistas indicava. A velocidade com o que o desemprego piorou é um sinal de que as coisas não estão bem. No primeiro semestre o setor do ano, a construção civil perdeu 139,1 mil vagas, com um saldo de - 465 mil postos de trabalho em 12 meses. A estimativa para 2016 é de - 500 mil postos de trabalho. Em relação ao PIB da construção a projeção é de um decréscimo de 5% no para 2016 – ano passado a redução foi de 7,7%.
A notícia positiva foi o crescimento, ainda que modesto, de 0,4% da Taxa de Investimento - após dez trimestres consecutivos em queda -, na comparação com o primeiro trimestre, atingindo 16,8% do PIB. “Claro que ainda se trata de um patamar muito reduzido, mas acreditamos que seja o início de uma recuperação”, afirma o presidente do SindusCon-SP. “Esperamos que, com o fim da interinidade, o governo adote rapidamente as medidas para o reequilíbrio fiscal e estimule a retomada dos investimentos pela via das concessões e parcerias público-privadas, além de prosseguir com as contratações do Programa Minha Casa, Minha Vida. A retomada de obras paradas pode melhorar a atividade no segundo semestre. A construção é um setor crucial para reverter o quadro atual”.
Para o SindusCon-SP, a expectativa para o PIB no terceiro trimestre é de estabilidade, para, talvez, um crescimento tímido no quarto trimestre. “Mas não devemos ter ilusões. O grande obstáculo é o Estado quebrado. As despesas obrigatórias, em especial a previdência, continuam crescendo, a despeito da arrecadação menor e isso é preocupante. O governo interino tinha se comprometido a reduzir as despesas, mas não temos visto isso acontecer com a velocidade desejada”, reforça Romeu Ferraz.

