Projeção estima queda de 13% nas vendas de imóveis em 2022
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Aumento na taxa de juros pode ser o fator principal para o declínio

Queda nos lançamentos pode chegar aos 17,5% em 2022 (Foto: Mongta Studio/Shutterstock)
17/02/2022 | 15:12 – Apesar de o ano de 2021 ter representado um recorde de transações no mercado imobiliário, as expectativas para 2022 não são tão positivas: o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) divulgou projeções de declínio, com queda de 13% nas vendas.
A pesquisa divulgada indicou que os lançamentos devem alcançar de 65 mil a 70 mil apartamentos em 2022. Em 2021, esse número foi de 81,8 mil unidades. Ao comparar os dois resultados, a queda pode chegar até 17,5% em relação a 2021.
Quando o assunto é vendas, os números são menos discrepantes. Em 2021, foram vendidas 66,1 mil unidades. Para 2022, a expectativa é de 55 mil a 60 mil unidades. Na comparação entre os dois anos, a queda será de cerca de 13%.
"A expectativa de uma oscilação para menos é uma adequação ao ritmo da economia em curso", disse o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, que reiterou o fato de que o Brasil deve ter um crescimento bem mais baixo do que o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, além de enfrentar juros e desemprego elevados.
Apesar das taxas de juros serem de extrema preocupação para o setor, ao pairar na casa dos 9% a 10% ao ano frente aos 7% no início de 2021, os agentes do ramo imobiliário também demonstraram receio ao considerar a proximidade das eleições presidenciais.
"O aumento na taxa de juros é algo que preocupa", disse Petrucci. Essa elevação significa parcelas mais altas e redução no poder de compra. “Entretanto, a taxa permanece ‘atrativa’ o suficiente para manter a liquidez do setor.”
Ele explica que, em 2021, a taxa havia atingido recordes de baixa — o que impulsionou os negócios da época. Para ele, atualmente, ela está em um patamar semelhante às médias históricas com que o mercado costuma trabalhar.
“Nossa sensação é que a partir de agora vai se reduzir o ritmo de lançamentos, e as empresas vão trabalhar mais a oferta final não vendida (de imóveis) nos primeiros meses do ano", complementa o economista. "Algumas empresas reclamaram muito das vendas em janeiro. Outras falaram bem. Nós ainda vamos fechar os números para ter uma posição mais precisa", conclui.

