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Programa Pode Entrar beneficia construtoras de baixa renda em SP

Texto: Naíza Ximenes

Prefeitura de SP vai comprar 38,9 mil unidades habitacionais, por um total de R$ 6 bilhões

foto de uma placa com a foto do programa habitacional de SP Pode Entrar
A iniciativa da prefeitura da capital teve adesão de 56 empresas (Foto: Prefeitura de São Paulo/Divulgação)

29/03/2023 | 13:15 –  A Prefeitura de São Paulo anunciou, na última semana, quais são as 38,9 mil unidades habitacionais para famílias de baixa renda que o programa Pode Entrar vai comprar, por um total de R$ 6 bilhões. De acordo com a prefeitura, o valor mínimo da prestação será de R$ 150, e o máximo, de R$ 594.

A iniciativa da prefeitura da capital teve adesão de 56 empresas, que concordaram com o modelo em que a prefeitura paga 15% do valor total da contratação antes do início das obras e dilui os outros 85% de acordo com o avanço das construções. Nessa estrutura, chamada de caucionada, as construtoras que atuam na baixa renda foram as maiores interessadas.

A grande vencedora do programa foi a Plano & Plano, que conseguiu o equivalente a 1,3 bilhão de reais em cerca de 7 mil unidades. “Segundo os nossos cálculos, a Plano & Plano deve ser de longe a maior vencedora do Pode Entrar”, avaliam os analistas do BTG Pactual. O impacto no resultado da empresa deve ser o equivalente a 18% de seu valor de mercado.

Em seguida veio a MRV, com quase 6,3 mil unidades selecionadas, a um custo de R$ 1,13 bilhão. A Direcional conquistou 1,6 mil unidades, por R$ 341 milhões. Já a Tenda obteve apenas 871 unidades, por R$ 181 milhões. A companhia havia oferecido 7,5 mil moradias.

Juntas, as quatro incorporadoras de capital aberto que se inscreveram vão vender 15 mil apartamentos. O teto para cada um era de R$ 210 mil.

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O formato caucionado de contrato, sem custos com corretagem e marketing, foi o ponto alto da proposta, que difere do Minha Casa, Minha Vida. “O Pode Entrar conseguiu blindar as principais inseguranças que existem em programas desse tipo, onde pagamentos são feitos com recursos dos orçamentos”, disse Ricardo Gontijo, presidente da Direcional.

A prefeitura anunciou que fará um segundo chamamento, para mais 20 mil unidades. “É para que empresas possam voltar a apresentar suas propostas da forma correta”, explica o secretário municipal de habitação, João Farias. Com essa segunda etapa, o orçamento do programa deve chegar a R$ 10 bilhões.

A secretaria tem a expectativa de que essas quase 60 mil unidades zerem a fila do auxílio-aluguel municipal, que, segundo o órgão, consome R$ 110 milhões ao ano. Também espera entregar a maior parte das moradias ainda na gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), até o fim de 2024.

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