Previsão de crescimento do PIB cai para 1,61%
As previsões estão no Boletim Macrofiscal divulgado na última sexta-feira (17)

Apesar de reconhecer a desaceleração da economia em 2023, a SPE espera recuperação do crescimento em 2024 (Foto: rafastockbr/Shutterstock)
20/03/2023 | 16:23 – A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma dos bens e serviços produzidos no país, de 2,1% para 1,61% e aumentou a estimativa para a inflação em 2023, para 5,31%.
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As previsões foram divulgadas no Boletim Macrofiscal, divulgado na última sexta-feira (17). Segundo o Ministério da Fazenda, a projeção anterior, divulgada em novembro do ano passado, minimizava os efeitos dos juros altos sobre a economia e sobre o mercado de crédito.
“Esses efeitos [desaceleração econômica] já foram parcialmente verificados durante o último trimestre de 2022, quando a economia teve retração de 0,2% na margem, e as concessões de crédito passaram a desacelerar de maneira mais acentuada”, destacou o relatório.
Em nota, a entidade explica que tanto o setor de serviços quanto a indústria deverão ser afetados pela queda da demanda provocada pela alta nos juros e pela contração do crédito. “A desaceleração da economia deve ocorrer tanto no setor de serviços como no industrial. O elevado endividamento e o comprometimento de renda da população devem afetar o ritmo das atividades no setor de serviços”, afirma a SPE.
O Ministério da Fazenda explica, ainda, que mesmo com as medidas de proteção social que foram estabelecidas — como a elevação real do salário-mínimo, o aumento da faixa de isenção de Imposto de Renda, o novo Bolsa Família e o Desenrola (programa de renegociação de dívidas) —, a desaceleração da indústria e dos serviços deve ocorrer.
Inflação
A projeção de inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou de 4,6% para 5,31%. A estimativa está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%.
Apesar das previsões apontarem para uma desaceleração na inflação dos alimentos e de bens industriais nos próximos meses, a SPE prevê elevação ainda maior do que a inicialmente esperada nos preços monitorados — estimativa que justificou a revisão para cima da projeção para o IPCA.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar este ano com variação de 5,16%, conforme previsão da SPE, contra 4,9% previstos no boletim anterior, divulgado em novembro do ano passado.
Na projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, caiu de 4,55% para 3,85%.
Expectativas
Apesar de reconhecer a desaceleração da economia em 2023, a SPE espera recuperação do crescimento em 2024, caso seja aprovada a nova âncora fiscal que vai substituir o teto de gastos e a reforma tributária, o que permitiria a queda estrutural dos juros e estimularia o investimento e o consumo. A secretaria também prevê que a economia cresça mais nos próximos anos, com a transição para um modelo de desenvolvimento baseado nas preocupações ambientais.
“O foco da expansão deverá ser a transição para uma economia sustentável de baixas emissões, com grande potencial a ser explorado nos próximos anos. Considerando esses fatores, a projeção é de aceleração do crescimento em 2024, para 2,3%. Nos anos seguintes, a atividade deve crescer entre 2,40% e 2,80% ao ano”, destacou o relatório.

