PIB da construção cai no 1º tri e descola do restante da economia
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Apesar do crescimento de 0,4% da economia brasileira, construção civil encolhe pela 16° vez consecutiva e produz 0,6% menos nos três primeiros meses de 2018

Nos últimos 12 meses o PIB da construção acumulou queda de 3,9%, o pior resultado de todos os subsetores analisados pelo IBGE (Crédito: Bannafarsai_Stock/shutterstock)
04/06/2018 | 17:31 – O Produto Interno Bruno (PIB) do país acumulado nos três primeiros meses de 2018 cresceu 0,4% em relação ao trimestre anterior. Apesar da ligeira alta, o setor da construção não conseguiu acompanhar o ritmo e caiu 0,6% no mesmo período, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o primeiro trimestre de 2017, a queda é ainda mais acentuada (-2,2%). No acumulado dos últimos 12 meses apurados, a construção caiu 3,9% – o pior resultado entre todos os subsetores analisados pelo IBGE. Desde o segundo trimestre de 2014, já são 16 perdas consecutivas do valor.
Para José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sindicato da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), a política econômica é a principal responsável pelo resultado. “O Brasil carece de política de Estado para o desenvolvimento do país. E isso, necessariamente, passa pela atividade da construção”, afirma.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, também demonstrou preocupação com o setor. “Estamos no limite. O investimento acabou, as empresas não têm acesso ao crédito, é grande a insegurança jurídica”.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), por sua vez, registrou elevação de 3,5% na comparação dos primeiros três meses de 2018 com o ano anterior, com destaque para importação de máquinas e equipamentos.
Ao contrário do que se esperava no ano passado, as expectativas para o futuro são pessimistas. “No fim do ano passado havia uma perspectiva de estabilidade, que poderia impactar no médio prazo na construção. Mas o não avanço nas reformas necessárias, como a da Previdência, a instabilidade eleitoral e a falta de confiança dos investidores apontam para um futuro que não favorece nosso setor e pode impactar na geração de empregos”, acrescentou Romeu Ferraz.
Emprego
O nível do emprego da construção civil do país cresceu 0,38% em março na comparação com fevereiro – em números, isso significa a contratação de 8.799 trabalhadores, o que fez o estoque saltar de 2.303.837 para 2.312.636. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve queda de 3,18% (76.045 trabalhadores). Os dados são coletados e fornecidos pelo SindusCon-SP em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
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