Para superar crise do setor empresas de esquadrias diversificam negócios
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
A estratégia pode trazer um crescimento de até 20% no ano de 2016
Fabricantes de esquadrias apostam na diversificação dos negócios para enfrentar a prolongada crise da construção civil. A estratégia, segundo empresas ouvidas pelo DCI, pode trazer crescimento de até 20% em um 2016 fadado a mais uma retração de vendas.
A Sasazaki projeta crescimento de 8% a 10% para o ano, apostando em novidades como telas para mosquitos e produtos de limpeza. Já a Kommerling aproveitará o potencial do mercado de PVC
A Sasazaki, uma das líderes do mercado nacional, desenvolveu desde telas para mosquitos até produtos de limpeza de esquadrias. A projeção da empresa é crescer de 8% a 10% neste ano. "Nós vamos ganhar market share", aposta o CEO da empresa, Francisco Carlos Verza.
Já a Kommerling, que atua exclusivamente no segmento de PVC, acredita que o potencial de crescimento do material nas vendas de esquadrias trará bons frutos à empresa. "Nossa projeção é crescer em torno de 20% em 2016", afirma o diretor para América Latina, Oliver Legge.
Segundo o vice-presidente de economia e estatística da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), José Sabioni, as empresas precisam cortar custos e investir em produtividade para sobreviver.
"Como nosso negócio entra na fase de acabamento da obra, ainda colhemos alguns frutos do boom imobiliário que começou há alguns anos. Mas devemos ter um período muito difícil pela frente", explica o dirigente.
O CEO da Sasazaki conta que a empresa vem rodando com um turno de produção já há algum tempo e que diante da queda da demanda, demitiu cerca de 10% do efetivo na planta de Marília (SP) no ano passado.
"Reduzimos ativos ociosos e postergamos alguns investimentos para priorizar eficiência e melhoria de processos", pondera. "O ano passado não veio conforme esperávamos, mas agora estamos prontos para crescer em 2016", pontua.
Verza salienta que a empresa não tem conseguido repassar o aumento de custos. "Reajustamos preços, mas tivemos que reduzir muito as nossas margens. Os clientes estão diminuindo cada vez mais os seus estoques", observa.
Com 90% das vendas no varejo (home centers e lojas especializadas), a Sasazaki afirma que vai intensificar a abertura de novos canais de distribuição. "Estamos ainda muito concentrados no sul e sudeste, mas o nordeste é definitivamente uma região que pretendemos expandir os negócios."
O executivo acredita que o setor ainda vai ser muito pressionado em 2016, mas a perspectiva de lançamentos da marca - como janela acústica, por exemplo - pode trazer crescimento. "Apesar do déficit habitacional que o País tem, o mercado não deve crescer como em anos passados. Mas quem estiver preparado vai sair mais forte da crise", avalia.
Segmento de PVC
Segundo estimativas de mercado, a participação de esquadrias de PVC nas vendas do setor varia entre 3% a 5% do total. Mas segundo o diretor da Kommerling, este negócio deve ganhar muito espaço no País. "O material ainda é um produto de nicho no Brasil, mas o potencial de crescimento é muito grande", pontua.
Segundo Legge, o PVC em esquadrias dispensa manutenção (comparativamente aos metálicos), tem melhor isolamento acústico e também do calor. "A percepção de qualidade do nosso produto é muito boa principalmente em obras de maior valor."
Por esse motivo, o executivo afirma que a maior parte das vendas do segmento é feita nas classes A e B. "O PVC é mais caro no momento da aquisição, entretanto o custo-benefício é maior", pondera Legge.
Apesar de ter sacrificado margens para ganhar participação no ano passado, a Kommerling aumentou em 60% o seu faturamento no período. "Ganhamos share principalmente em relação a madeira e alumínio", revela o executivo.
Para 2016, a projeção da companhia é obter crescimento acima do mercado de esquadrias de PVC, que deve crescer de 10% a 15%. "Vamos expandir nossa atuação inclusive para revendas", afirma.

