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Para fugir da crise no Brasil, construtoras expandem seus territórios

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Pensando em manter o ritmo de crescimento nos últimos anos, alguns dos destinos para ganhar os novos mercados são Angola, Chile, Colômbia e Estados Unidos

19 de novembro de 2015 - Em busca de um mercado mais favorável para a construção civil, empresas brasileiras começam a trilhar novos rumos. De vizinhos da América a países da África, vale tudo para manter o ritmo de crescimento mesmo em tempo de recessão no Brasil.

Exemplo desse movimento, a Construtora Cavalcantti, de Santa Catarina, encontrou em Angola uma boa opção de negócio. "Com a redução significativa no crédito para o brasileiro, e os altos custos para construir, decidimos começar este ano a operar na África", disse o presidente da empresa, Rogério Cavalcantti Neto.

Através de uma parceria com o governo da República de Angola, foi possível entrar no país com pequenos contratos já firmados. "Já construímos cerca de 40 habitações em Luanda, e temos contrato para outras 260", disse. Além dele, o empresário Sérgio Antunes Fiorinni também chegou em Angola de olho no potencial. "Vamos iniciar as operações por lá ano que vem. A estrutura do escritório está montada, e já temos 15 clientes em potencial", revela.

O objetivo do empresário é que, dentro de cinco anos, a operação na África do Sul cresça. "Queremos abrir um escritório em São Tomé e Príncipe".

Com as malas prontas para se mudar para Angola, o engenheiro Guilherme Martins também está otimista.

"Fui convidado por uma grande empresa brasileira de construção e incorporação para dar suporte técnico em obras de infraestrutura." O convite se deu após uma queda brusca no número de obras auxiliadas por ele no Brasil. "A empresa, que já tinha ativos em Angola, ofereceu a vaga por estar com poucos projetos em andamento por aqui".

Identificação na língua

Um dos pontos positivos de operar em Angola, segundo Cavalcantti, é a similaridade na língua. "Tentamos outros mercados, mas o desafio da língua prejudicava os negócios".

Além da flor do Lácio, o executivo ressalta as similaridades cultural entre os países como determinante para a decisão de investir no país. "A Angola de hoje tem o mesmo mercado potencial que o Brasil tinha entre os anos 1980 a 2000".

Com a explosão da construção civil, que recheou a cidade com canteiros de obras, oportunidades para o setor de telefonia, logística e indústria de bens de consumo formam um cenário favorável para investir. "Quem percebeu o potencial da África como um todo foram os chineses. Quando cheguei em Luanda vi um monte de empresários fazendo orçamentos para iniciar operação", disse ele.

Na opinião do Cavalcantti, o recebimento de empresários tupiniquins no país é bom. "Eles gostam do brasileiro e temos que aproveitar essa identidade compartilhada", explica.

Sonho norte-americano

Com 20 anos de atuação no mercado brasileiro de construção, a D2F também foi além do território nacional. Com a abertura do escritório em Miami, nos Estados Unidos, mês passado, a empresa irá atuar principalmente com reformas, construção e suporte de obras.

O principal público, segundo o diretor da empresa, Daniel Fazenda Freire, serão aos brasileiros e latinos residentes na cidade. A atuação segue os moldes do escritório em São Paulo, onde a empresa gerencia, coordena, constrói e faz reformas.

Freire explicou que o primeiro contrato firmado em solo norte-americano já está próximo. "Vamos assinar um contrato de parceira para construir as primeiras dez clínicas de um empresário brasileiro", diz.

Como a entrada no novo mercado foi recente, para 2015, não há perspectivas de crescimento na DF2, que espera alcançar um faturamento de R$ 20 milhões, em linha com 2014. "Acho que 2016 será um ano melhor que 2015. Os nossos clientes estão mais confiantes. Pretendemos crescer 25% no próximo ano", revela ele.

Suporte

Com um crescimento no acumulado do ano de 20%, na comparação anual, a Engemon também projeta alçar novos voos. A empresa - que trabalha com serviços de engenharia nas áreas de data center, infraestrutura de rede, instalações e cabeamento em obras civis comerciais - está de olho nos países latino-americanos. "Estamos orçando projetos no Panamá, Colômbia, Argentina e Chile que devem iniciar as obras em 2016. As construções são focadas no mercado de data center, com valor médio de R$ 100 milhões cada", diz Marco Alberto da Silva, CEO da Engemon.

Para manter o ritmo de crescimento, Silva sinaliza que a empresa estará capitalizada em cerca de R$ 15 milhões em 2016 para investir em aquisições de pequenas empresas do setor, o que inclui empresários deste ramo em toda a América Latina. "Apostamos em um modelo de negócio com serviços multidisciplinares de engenharia civil e elétrica, com projetos conceituais com custo competitivo".

Fonte: DCI
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