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Palácio Capanema, no Rio de Janeiro, é listado em feirão do Governo Federal

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Edifício que já foi sede dos ministérios da Saúde Pública e da Educação é considerado um marco da arquitetura moderna. Diversos setores se pronunciam contrariamente à decisão

Palácio Gustavo Capanema
Possível venda do prédio gerou críticas vindas de diferentes setores (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

16/08/2021 | 17:10 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o Palácio Gustavo Capanema, localizado no centro do Rio de Janeiro, poderá ser vendido pelo poder público. O edifício consta em uma lista com outros 2 mil imóveis que estarão em um feirão do Governo Federal. Considerado símbolo do modernismo, o prédio de 16 andares já foi sede dos ministérios da Saúde Pública e da Educação — quando o Rio de Janeiro era a capital do Brasil.

Com jardim assinado por Burle Marx e fachada revestida por azulejos de Cândido Portinari, o empreendimento foi projetado por equipe composta pelos arquitetos Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos e Jorge Machado Moreira, além de receber consultoria de Le Corbusier.

Reações

A fala de Paulo Guedes gerou diversas críticas vindas de diferentes setores. Para Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, é impensável que o país abra mão de um patrimônio como este. “Nós não estamos falando de um lugar abandonado, ao contrário. Mais do que isso, estamos falando de um verdadeiro marco civilizatório na história do Brasil”, destacou Calero em entrevista concedida ao portal G1.

Já Pablo Benetti, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), ressaltou que se trata de uma venda ilegal pelo fato de o palácio ser tombado pelo patrimônio histórico e artístico nacional.

Manifesto

Juntamente com outras entidades, o CAU/RJ publicou o manifesto “O MEC não pode ser vendido”, em que destaca que o edifício tem valor incalculável. “Quanto vale um prédio concebido, projetado e construído para ser um símbolo da cultura nacional?”, questiona.

Com íntegra disponível no site da autarquia, o texto também lembra que, em 1943, o Palácio Capanema foi considerado pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque o projeto mais avançado em construção no mundo, além de ter sido elogiado como “o mais belo edifício governamental no hemisfério ocidental” pelo jornal The New York Sun.

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