Obras da Usina SP e de subestação de energia começam na capital paulista

Reformas fazem parte do Programa Novo Rio Pinheiros, que será despoluído e ganhará entorno revitalizado

01/12/2021 | 08:54 – O Governo de São Paulo deu início, no último sábado, às obras do Projeto Usina SP (antiga Usina Traição). A iniciativa pretende transformar a usina situada no Rio Pinheiros em um “Puerto Madero brasileiro” — em referência ao bairro argentino que possui um porto às margens do Rio da Prata, repleto de bares e restaurantes, e é considerado um grande ponto turístico do país. As obras de transformação da usina brasileira revitalizarão não só a hidrelétrica, mas todo o seu entorno. Quando concluída, a área ganhará cafés, restaurantes, escritórios e equipamentos públicos no local. 

O intuito do projeto é modernizar: o conjunto de ações revitalizará a área do rio, propiciará novos espaços de lazer e fará com que a população frequente esses locais com maior assiduidade. Para isso, o Governo Estadual concedeu a hidrelétrica para a iniciativa privada por 22 anos, pelo valor de R$ 280 milhões — proporcionando cerca de 1.900% de lucro.

Essa concessão abrange três espaços, com predisposições diferentes, que somam 29,8 mil m². A implantação do projeto será realizada em sete etapas, e a expectativa é de que a conclusão aconteça até 2025. O primeiro passo é a revitalização da fachada da usina. Já os próximos incluem o aproveitamento de 2 mil m² da parte superior da usina para instalação de áreas de lazer abertas ao público, implantação de espaços de convivências nas áreas adjacentes, inauguração de áreas comerciais, bicicletários e outros. Além disso, o Projeto Usina SP ainda está aliado à construção de uma subestação de energia e ao Programa Novo Rio Pinheiros.

A administração da subestação está sob o comando da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), que atua em consonância com o Consórcio Usina São Paulo — responsável pela revitalização da antiga subestação de abastecimento elétrico. A nova subestação surgiu com a proposta de substituir a antiga Estação Transformadora de Usina (ETU) — responsável por prover a energia que aciona os equipamentos da Usina SP, como o sistema de bombeamento, que ocupava a margem oeste em uma área de 4 mil m² – por uma nova subestação 75% menor no quesito espaço.

Ela também será mais moderna em relação à ETU, já que foi concebida no conceito de GIS – subestação isolada a gás. Esse sistema permite a utilização de equipamentos que, apesar de menores, possuem eficiência e confiabilidade de disjuntores e seccionadoras de alta tensão maiores que os antigos. Ela também será equipada com transformadores que possuem isolamento a óleo vegetal, material biodegradável e que não agride o meio ambiente.

Com a medida, o espaço anteriormente utilizado pela antiga subestação será mais um local revitalizado, ou seja, mais uma área de lazer ao redor do canal Pinheiros. As obras foram iniciadas em maio de 2020 e receberam investimentos de R$ 40 milhões.

“O projeto faz parte de um programa de modernização de equipamentos da EMAE e mostra o seu compromisso com a qualidade dos serviços que presta à sociedade”, afirmou o diretor-presidente da empresa, Marcio Rea.

Quanto ao Programa Novo Rio Pinheiros, o intuito — e o compromisso, assumido por João Dória — é despoluir o Rio Pinheiros até o fim de 2022. Para isso, as iniciativas devem reduzir o esgoto lançado nos afluentes, melhorar a qualidade das águas e integrar o rio completamente à cidade. Por ser um rio urbano, a água não será potável, mas, assim que o projeto for concluído, a expectativa é de que haja melhora drástica do odor existente, abrigo de vida aquática e, principalmente, a volta da população às suas margens por meio da recuperação ambiental. As medidas também já conectaram mais de 462 mil imóveis à rede de esgoto.

As atividades na Usina SP contaram com a presença do secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, e de Marcio Rea.