Mais de 675 mil trabalhadores da construção perderam emprego
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Foram 23 meses de quedas consecutivas. Somente em agosto foram fechados 23,9 mil postos de trabalho
A construção civil brasileira registrou queda de -0,88% no nível de emprego em agosto na comparação com julho. Com o fechamento de 23,9 mil postos de trabalho, o saldo de trabalhadores ficou em 2,70 milhões. Em 23 meses de quedas consecutivas (desde outubro de 2014), o setor precisou dispensar 677,2 mil trabalhadores.
Nos primeiros oito meses do ano houve corte de 194,2 mil vagas. Em 12 meses o saldo negativo chega a 462,9 mil empregos a menos. Desconsiderando efeitos sazonais*, o número de vagas fechadas em agosto foi de 40,5 mil (-1,50%).
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
A deterioração do emprego na construção preocupa o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto. “Na comparação dos primeiros oito meses de 2016 contra o mesmo período do ano anterior, a queda no nível de emprego em agosto seguiu atingindo todos os segmentos do setor, inclusive os antecedentes de novas obras: preparação de terrenos (-15,05%) e serviços de engenharia e arquitetura (-12,90%). Ou seja, a perspectiva segue sendo de queda na atividade da construção para os próximos meses”.
Para Romeu Ferraz, o fato reforça a necessidade de o governo ir além das medidas de ajuste fiscal em andamento, embora as considere positivas pela sinalização favorável ao saneamento das contas públicas. “O Executivo precisará cortar mais despesas, gastar bem o pouco que sobrar no Orçamento e adotar medidas favoráveis à atração de investimentos privados nacionais e estrangeiros”, afirma.
Segmentação
Por segmento, imobiliário e infraestrutura tiveram quedas semelhantes, 1,14% e 1,13%, respectivamente. No acumulado do ano, contra o mesmo período do ano anterior, o segmento imobiliário segue apresentando a maior queda (-17,83%), seguido de perto por preparação de terreno (-15,05%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta quase todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Norte (-2,34%) e Sudeste (-1,12%), em grande parte devido ao corte de 8.200 mil vagas na comparação com julho. Apenas nos últimos dois meses, foram demitidos 19.562 mil trabalhadores ainda como reflexo do término das obras para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016. Em 12 meses houve redução de 21,82%. Em agosto, apenas o Centro-Oeste apresentou alta (0,25%).

