Investimentos na construção civil devem chegar a R$ 2,7 tri, diz Abrainc
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
A Associação fez essa estimativa no estudo “Produtividade e Oportunidades para a Cadeia da Construção Civil”

Os cálculos consideram os três setores da construção civil: residencial, comercial e industrial (Foto: romakoma/Shutterstock)
10/02/2023 | 10:29 — Na última quinta-feira (8), a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Deloitte (empresa especializada em serviços de auditoria e consultoria), divulgou o estudo “Produtividade e Oportunidades para a Cadeia da Construção Civil”.
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Nele, a instituição afirma que as estimativas apontam para investimentos de R$ 2,7 trilhões nos setores da construção civil, de 2021 até 2030, que devem ter resultados diretos no segmento. Isso porque, com o aporte, tanto os índices de emprego no ramo quanto o desenvolvimento de novas tecnologias devem apresentar uma elevação significativa.
Os cálculos consideram os três setores da construção civil: residencial, comercial e industrial. Além disso, também incluem os dados relativos ao ano de 2021 — que registrou 3,7 milhões de empregos, 23 mil empresas, R$443 bilhões em impostos e R$ 2,3 tri em receitas — em diante.
O estudo foi feito com 144 empresas e entidades, aliados a uma série de dados do IBGE. “A troca de informações e o diálogo com todos os elos que envolvem o setor são o caminho para aumentar a competitividade”, diz Luiz França, presidente da Abrainc.
Levando em conta a composição da cadeia construtiva — por obras de engenharia e infraestrutura, construção de edifícios, serviços de engenharia e infraestrutura, fornecedores de insumos e indústria de base —, a Abrainc ainda mencionou qual deve ser a aposta para os próximos anos: as startups.
Na justificativa, ela explica que, além de incorporarem um ecossistema mais tecnológico para otimizar gastos e produtividade, elas propõem maiores treinamentos e investimentos em áreas relacionadas a projetos, incluindo as funções de desenvolvimento, gestão de cronograma, orçamento e planejamento.
Espera-se que, nos próximos anos, os investimentos em tecnologia cresçam até 10% entre 2022 e 2023 e o nicho ganhe até 72% em eficiência com a incorporação de novas tecnologias.
Hoje, a construção civil soma mais de R$300 bilhões em gastos com pessoal, sendo 44% em salários — um resultado que pode ser explicado, também, pelo aumento da escolaridade dos trabalhadores da construção civil entre 2007 e 2020.
Os índices médios de analfabetismo ou formação básica caíram e aumentaram os de ensino médio e superior completos.
Entre os desafios, estão a necessidade de melhorias na integração na cadeia, o uso de tecnologia, escassez de fornecedores, mão de obra, prazos de fornecimento e gestão. A imprevisibilidade de custos foi descrita pelas empresas dos setores de Construção e incorporação e de Serviços como o maior dos desafios, relacionado com 79% das queixas.

