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Indústria recua 2,5%

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

É a maior queda para fevereiro da série histórica. Nos dois primeiros meses do ano, o setor já acumula queda de 11,8%

01 de abril de 2016 - A produção da indústria recuou 2,5% em fevereiro na comparação com o mês anterior, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1º). É o pior resultado desde dezembro de 2013. Considerando apenas o mês de fevereiro, é a maior queda da série histórica, que teve início em 2002.

“O patamar que a indústria opera nesse momento é um patamar que muito se assemelha ao de dezembro de 2008 [ano da crise financeira mundial], onde claramente a produção industrial mostrava um ponto mais baixo da sua série histórica. O dezembro de 2008 acaba sendo o ponto mais baixo daquele ano no patamar de produção", disse André Macedo, gerente de indústria do IBGE.

Nos dois primeiros meses do ano, o setor já acumula queda de 11,8%. Nos últimos 12 meses, a baixa é um pouco menor, de 9%. Mesmo assim, é a queda mais forte desde novembro de 2009 quando atingiu 9,4%.

“O resultado de fevereiro, além de mostrar queda mais intensa desde dezembro de 2013, mostra uma frequência de perfil disseminado de taxas negativas entre as grandes categorias econômicas e as atividades investigadas”, analisou Macedo.

De janeiro para fevereiro, a maioria dos segmentos da indústria mostrou resultados negativos. Como observado no ano passado, a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias não teve bom desempenho e caiu 9,7%. Acompanharam a mesma tendência as produções dos setores de máquinas e equipamentos (-6,7%), produtos alimentícios (-1,7%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-8,2%).

Outros ramos também registraram produção menor, mas num ritmo menos intenso: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,5%), metalurgia (-1,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,6%), produtos de borracha e de material plástico (-1,6%) e outros equipamentos de transporte (-3,3%).

Na contramão, a indústria de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis avançou 1,4%, assim como os segmentos de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (1,3%), indústrias extrativas (0,6%), produtos têxteis (3,4%) e bebidas (1,3%).

“O resultado desse mês mais do que elimina o avanço sinalizando no mês de janeiro último. Embora a gente tivesse registrado avanço de 0,4%, aquele resultado positivo não sinalizaria nenhum tipo de reversão de trajetória descendente, que já estava bem marcado”, disse o gerente.

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De um mês para o outro, a produção das indústrias de bens de consumo duráveis caiu 5,3%, "influenciada principalmente pela menor produção de automóveis e de eletrodomésticos, ainda afetados pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas".

Os setores produtores de bens intermediários registraram recuo de 2% na produção, e o de bens de consumo semi e não-duráveis, 0,6%.

“Crédito mais restrito mais escasso combinado com mercado de trabalho funcionando de forma menos favorável do que no ano passado, renda menor, comprometimento dessa renda, inflação mais alta são fatores que explicam muito a parte de bens de consumo, especialmente duráveis, com comportamento de queda. [Essa explicação] Também serve para não duráveis (...) esses fatores comprometem muito o comportamento de bens de consumo, não por acaso apresenta taxas negativas mais elevadas do que a média da indústria”.

Entre os segmentos analisados, só o de bens de capital conseguiu ter resultado positivo ao crescer 0,3%. “Bens de capital, mesmo crescendo na margem nesses dois primeiros meses de 2016, ele cresce em cima de uma base muito depreciada. E mais do que isso, o crescimento em nada suplanta as perdas observadas no ano de 2015”.

Fonte: G1
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