IGP-M perde força e deve fechar o ano abaixo de 10%
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Em setembro do ano passado, tivemos índice mensal de quase 1%. Em outubro, quase 2%. Este ano, o espaço para a desaceleração em 12 meses é grande
31 de agosto de 2016 - A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) deve perder força na comparação em 12 meses a partir de setembro e pode encerrar o ano abaixo da linha de dois dígitos. Até agosto, o indicador acumula alta de 11,49%
Segundo Salomão Quadros, superintendente-adjunto de índices gerais de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), a desaceleração deve ocorrer especialmente em função dos resultados de setembro e outubro, quando o IGP-M tende a registrar taxas bem inferiores às de 2015. "Em setembro do ano passado, tivemos índice mensal de quase 1%. Em outubro, quase 2%. Este ano, o espaço para a desaceleração em 12 meses é grande", afirmou
Para Quadros, o IGP-M não deve repetir nos próximos meses taxas mensais tão baixas quanto as registradas em julho e agosto (0,18% e 0,15%), mas mesmo uma recomposição parcial não será suficiente para superar as altas de 0,95% e 1,89% de setembro e outubro de 2015. "Naquela época estávamos sob efeito da desvalorização do câmbio. Hoje estamos incorporando os efeitos contrários, então a taxa [em 12 meses] pode dar uma boa recuada", afirmou.
Em relação ao resultado de agosto, o superintendente detalhou que a desaceleração para 0,15% foi possível por conta do recuo no Índice Nacional de Custo da Construção (de 1,09% para 0,26%). Embora o indicador tenha o menor peso na composição do IGP-M, foi suficiente para neutralizar a aceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) e do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) - que juntos compõem 90% do IGP.

