Gerdau anuncia projeções otimistas para construção e infraestrutura
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
As perspectivas da multinacional indicam expansão tanto no Brasil quanto nos EUA

Executivos discutiram resultados relativos aos últimos anos, expectativas para 2023 e possíveis investimentos no futuro (Foto: rafapress/Shutterstock)
09/12/2022 | 12:47 — A Gerdau, multinacional brasileira especializada na fabricação de aço, anunciou projeções otimistas em construção e infraestrutura no Brasil e nos EUA. Os dados foram divulgados em apresentação a investidores na reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).
Na ocasião, o vice-presidente da área, Fernando Pessanha, informou que a operação de longos e planos no Brasil representa mais de 30% da entrega total da Gerdau no Brasil, e que a indústria alcançou entre 70% e 80% de utilização de sua capacidade em 2022. Na análise, ele explicou que esse desempenho foi o responsável pelo crescimento de R$3 bilhões para R$ 6 bilhões no ebitda (os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), e que esse foi o melhor resultado da década da empresa.
Após o detalhamento dos resultados dos últimos anos, Pessanha falou sobre as expectativas para 2023. No próximo ano, o foco da operação será o componente de custo para melhora do resultado. Espera-se um maior monitoramento dos preços no mercado internacional por parte dos investidores, para que, assim, a Gerdau consiga entregar maior margem dos produtos exportados a partir da produção brasileira.
Outro potencial crescimento da operação deve vir da indústria, com recuperação nos setores de agricultura, energia e equipamentos rodoviários. A área de energia renovável também é outro vetor de negócios para a operação.
Na América do Norte, a previsão é de demanda sólida para 2023, com a utilização de mais de 90% da capacidade de seus ativos. Os esforços, nesse caso, serão direcionados à diversificação de seus produtos para atender o mercado do país, com investimentos em infraestrutura e redução da inflação dos Estados Unidos.
Chian Yuan Wang, presidente da Gerdau Aços Longos América do Norte, disse que resultado de 2022 foi fantástico, mas que deve desacelerar por conta da estimativa de recessão nos Estados Unidos. “O aço longo está mais resiliente que o longo e em perfis, o mercado está disciplinado, com players. Hoje podemos entrar em energia, solar, construção e manufatura. Mesmo com o ‘slow down’ esperado, acho que a GLN vai atingir resultados históricos e bastante fortes, tanto em volume como em margens”, constatou.
O executivo ressaltou que a companhia tem dificuldade de encontrar mão de obra nos Estados Unidos, com cerca de 400 posições abertas, o que mostra que o mercado ainda está forte e que os investimentos em capacidade posicionam bem a empresa no mercado de siderurgia norte-americano.
Por fim, em relação à indústria automotiva, as perspectivas foram mais modestas, citando que espera uma atenuação da crise de semicondutores para o próximo ano, permitindo recuperação da indústria automotiva nos Estados Unidos. No Brasil, a companhia destacou os números apresentados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), para mostrar a queda do setor e a expectativa de normalização para 2023. “No lado da oferta esperamos melhora, mas na demanda o cenário ainda é desafiador”, disse o diretor vice-presidente executivo, Rubens Fernandes Pereira.

