Expectativa para o setor da construção civil continua em baixa
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
As projeções do sindicato para o PIB do setor de expansão são entre 1% e 1,5% para este ano e o próximo
Convidado a apresentar as perspectivas da indústria da construção civil para 2015, Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, participou em 30 de setembro de seminário promovido pela AmCham (Câmara Americana de Comércio). Diante dos sinais de encerramento de um ciclo de produção, com o segmento imobiliário entrando em uma fase de crescimento orgânico, Zaidan reafirmou as projeções do sindicato para o PIB do setor de expansão entre 1% e 1,5% para este ano e o próximo.
“O segmento de infraestrutura tem um comportamento bastante constante no Brasil. Aliado a isso, as concessões de rodovias, aeroportos e portos devem começar a apresentar seus resultados”, ponderou. O problema das concessões, observou ele, está na sua grande dependência de financiamento do BNDES (que é finito).
Na avaliação de Zaidan, o próximo ano deve ser de ajuste nas contas públicas, com elevação nos preços dos combustíveis e energia. Ao ser indagado sobre as oportunidades de desenvolvimento em segmentos voltados para a área comercial e shoppings, o vice-presidente afirmou que a demanda é grande e esse mercado ter enorme potencial. “Tudo, porém, depende do estado da economia. Para haver renda tem de haver emprego”, comentou.
Para Caio Megale, economista sênior do Itaú Unibanco, a retomada da economia virá a partir do segundo semestre de 2015, “independentemente de quem vencer as eleições”. Na avaliação do economista, ainda não é hora de afrouxar o cinto e o país não está pronto para ‘sair dos boxes’.
Outros seis executivos foram convidados a participar das discussões: Nelson Fonseca Leite, presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica); José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil); Gilberto Peralta, vice-presidente da Abdib (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base); Jorge Marques de Toledo Camargo, diretor do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis); Edmundo Klotz, da Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação); e Fernando de Castro, do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo).
Médio e longo prazo – Na indústria de óleo e gás, Camargo, do IBP, disse ter uma visão otimista de médio e longo prazo. O executivo, porém, foi enfático ao afirmar que a falta de mão de obra qualificada ainda é um dos grandes gargalos. “Vivemos um paradoxo com todo esse petróleo novo do pré-sal para desenvolver, o que deve exigir investimentos da ordem de R$ 50 bilhões por ano.” Com números mais positivos, Fernando Castro, do IDV, revelou expectativa de crescimento entre 5,5% e 6% para o setor em 2015. A projeção considera como base crescimento do PIB nacional entre 1% e 1,5%.
O seminário contou também com a participação de executivos de operações locais de multinacionais, como Suely Agostinho, diretora de Assuntos Governamentais e Corporativos da Caterpillar Brasil; e Armando Valle Jr., vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Whirlpool Latin America.

