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Entidades da arquitetura lamentam morte de Paulo Mendes da Rocha

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Morte do arquiteto, aos 92 anos de idade, gerou uma ampla repercussão em jornais, portais de internet, redes sociais e outros meios de comunicação

Reconhecido nacional e internacionalmente, Paulo Mendes da Rocha acumulou uma série de prêmios em sua carreira (Créditos: divulgação/ CAU-BR)

24/05/2021 | 15:14 - Faleceu no último domingo (23), o arquiteto e urbanista capixaba Paulo Mendes da Rocha, um dos principais nomes da história da arquitetura brasileira. Ele estava com 92 anos de idade e lutava contra um câncer no pulmão.

A morte do artista gerou uma ampla repercussão em jornais, portais de internet, redes sociais e outros meios de comunicação. Uma série de entidades manifestaram seu luto e ressaltaram a importância do profissional.

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) publicou nota de pesar assinada pela presidente Nadia Somekh.

“O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil manifesta imenso pesar pelo falecimento do arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha, um dos mais destacados e premiados nomes internacionais da profissão nas últimas décadas. Deixa um legado de obras-primas resultado de uma prática profissional marcada pela ousadia e apuro tecnológico”, diz o texto.

O Instituto de Arquitetos do Brasil escreveu: “Paulo Mendes contribuiu profundamente para a formação da cultura arquitetônica e urbanística brasileira e mundial. Foi presidente nas gestões de 1972-73 e 1986-87 do Departamento de São Paulo, de onde era sócio desde 1955. O arquiteto é autor de obras marcantes na paisagem e na cultura brasileira”.

A FNA (Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas), entidade que premiou em 2010 Paulo Mendes da Rocha com o Prêmio Arquiteto e Urbanista do Ano, reafirmou a falta que o arquiteto fará para a arquitetura brasileira. “A FNA se solidariza com a família e com os amigos neste momento de perda. Mendes da Rocha deixará um vácuo na arquitetura brasileira”.

A FAUUSP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), onde o arquiteto lecionou entre 1961 e 1998, emitiu comunicado destacando a importância política de Paulo Mendes, que foi afastado, entre 1969 e 1980, do cargo de professor da universidade devido à ditadura militar.

“Seu retorno, nos anos 1980, foi um marco na redemocratização e na reafirmação dos compromissos políticos e sociais da FAUUSP. Em 2010, a FAUUSP concedeu a Paulo Mendes da Rocha o título de Professor Emérito, maior honraria acadêmica. Sua atuação na FAUUSP foi definitiva para a formação de gerações de profissionais e, ainda hoje, determinante para discentes e docentes. Sua obra e suas amplas contribuições permanecem como legado insubstituível”.

A Casa da Arquitectura, instituição portuguesa para qual Paulo doou o acervo integral do seu trabalho em setembro de 2020, também lamentou a morte do profissional e anunciou que tem programada, para 2023, uma grande exposição monográfica dedicada ao arquiteto. “O mundo e a arquitetura ficam irremediavelmente mais pobres”, por fim, declarou a instituição.

Carreira

Reconhecido nacional e internacionalmente, Paulo Mendes da Rocha acumulou prêmios em sua carreira entre eles: o Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-americana, em 2000; o Prêmio Pritzker (“o Nobel da Arquitetura”), em 2006; o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, de 2016; e o Imperiale Praemium (Prêmio Mundial de Cultura em Memória de Sua Alteza Imperial o Príncipe Takamatsu do Japão), também em 2016. Em 2021, o arquiteto recebeu a Medalha de Ouro da União Internacional de Arquitetos (UIA).

Seus projetos de maior destaque incluem o Ginásio do Clube Atlético Paulistano (um dos primeiros trabalhos, com João De Gennaro), o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), a reforma da Pinacoteca do Estado (com Eduardo Colonelli), o Sesc 24 de Maio (um dos mais recentes, com MMBB Arquitetos) e o Museu da Língua Portuguesa (com o filho Pedro Mendes da Rocha), todos em São Paulo.

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