Empresários da construção veem sinais de recuperação do setor
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Dados de agosto revelam ligeira melhora, mas novo contexto de relações trabalhistas e possibilidade de uso do FGTS no financiamento estudantil ainda são incertezas para 2018
Segundo o vice-presidente de economia do SindusCon-SP a tempestade já passou, mas recuperação ainda será lenta e gradual (crédito: Syda Productions/shutterstock)
24/10/2017 | 11:05 – Empresários e especialistas da construção civil se mostraram otimistas com os últimos indicadores do setor em uma reunião realizada em outubro no Sindicato da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).
A coordenadora de projetos para construção da Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), apresentou a evolução recente de alguns indicadores setoriais. O Índice Nacional de Atividade da Construção Civil (Inacc), por exemplo, apesar de acumular queda de 9,3% de janeiro a agosto, em relação com agosto de 2016 a baixa é de 4,78%. Da mesma maneira, o índice de emprego mostrava uma redução de 12,25% no acumulado até agosto, enquanto na comparação com o mesmo mês do ano passado a baixa é de 9,5%.
As vendas também apresentaram uma tímida recuperação. Até agosto, foram comercializadas 10.991 unidades residenciais, 70% a mais do que em agosto do ano passado. Somam-se a esse número as revendas de unidades distratadas.
Para o vice-presidente de economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, em síntese, os índices mostram que o pior da tempestade já passou, mas o mercado continua contraído. “Teremos muito trabalho para chegar até 2019, com muitas empresas disputando os mesmos e escassos nichos de mercado”, ponderou.
Dois riscos para o setor foram destacados no encontro. O primeiro diz respeito às resistências da Justiça do Trabalho à reforma trabalhista, que entrará em vigor a partir de novembro. O segundo trata da possibilidade de uso de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) – normalmente destinados a políticas habitacionais e de infraestrutura – para o pagamento do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
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