Emprego na construção recua 8,8%
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Em 12 meses, o saldo líquido negativo alcançou 383,8 mil postos de trabalho, em razão da redução da atividade econômica brasileira
28 de julho de 2015 - O nível de emprego na construção civil recuou 8,8% no primeiro semestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses, o saldo líquido negativo alcançou 383,8 mil postos de trabalho, em razão da redução da atividade econômica brasileira. Os dados são da pesquisa de emprego realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego.
Apenas em junho o recuo foi de 1,04% na comparação com maio, desconsiderando os fatores sazonais. A quantidade de trabalhadores com carteira em junho era de 3,16 milhões. Na comparação com o mesmo período de 2014, o estoque de trabalhadores com carteira na construção está 10,82% menor.
O aprofundamento do saldo negativo entre contratações e demissões precisa urgentemente ser revertido. Com a revisão da meta do superávit primário pelo governo, esperamos que agora sejam agilizadas as medidas de reativação dos investimentos, tais como o lançamento da fase três do Programa “Minha Casa, Minha Vida” o Programa de Infra-estrutura Logística e as Parcerias Público-Privadas e concessões de serviços estaduais e municipais - diz o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.
Para o sindicato, a retração afeta todos os segmentos de construção civil. No mercado imobiliário, os residenciais tiveram o seu auge em 2011, mas com a desaceleração das vendas e redução dos lançamentos, há menos obras sendo iniciadas. Além disso, a conjuntura econômica desfavorável, com a elevação da taxa de juros, não torna o ambiente propício para os investimentos. O mesmo acontece com infraestrutura, que sofreu cortes no ajuste do governo federal.
A pesquisa de emprego mostra que o Ceará é o único estado que apresenta saldo positivo (2,06%) considerando os últimos 12 meses, devido ao andamento de obras de infraestrutura. A região norte, por sua vez, tem os piores índices em função do término de obras de hidrelétricas. No sudeste, o Rio de Janeiro teve retração de 6,92% no mesmo período, por conta do encerramento dos investimentos relacionados à Petrobras.
No Estado de São Paulo, em relação a junho de 2014, o emprego com carteira caiu 7,5%, e no acumulado do ano, 6,48%. Na comparação com o mesmo período do ano anterior houve redução de 66,7 mil vagas. Em relação a maio, o estoque de 819,8 mil trabalhadores também registrou queda, descontada a sazonalidade, de 0,57%. Como o setor apresenta ciclos de longo prazo, mesmo que o cenário melhore no curto prazo, a repercussão não deverá ser imediata.

