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Embarques internacionais devem crescer 4,1% ao ano

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

O volume de cargas internacionais com origem ou destino no Brasil cresce em velocidade acelerada, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)

Em 2013, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foram 777,57 mil toneladas transportadas, um crescimento de 7,2% ante os resultados do ano anterior - e de 69% frente às 460,24 mil toneladas transportadas em 2004. Foi também o quarto ano de crescimento consecutivo. Estados Unidos, Alemanha e Argentina lideraram no ano passado o ranking dos principais destinos das mercadorias que decolaram de aeroportos brasileiros. Na mão inversa, o Brasil recebeu cargas principalmente dos Estados Unidos, Alemanha e Holanda.

Os números positivos colocam o país em linha com um cenário de reaquecimento global do transporte de mercadorias por aviões. O segmento, bastante afetado pela crise internacional de 2008 e pelo esfriamento do comércio internacional nos cinco anos subsequentes, deve crescer a uma média anual de 4,1% entre 2014 e 2018, segundo as projeções mais recentes da IATA, a associação internacional de transporte aéreo.

A projeção para o transporte aéreo entre as Américas do Norte e do Sul é apenas um pouco menor, de 3,9%.

As duas maiores companhias aéreas brasileiras já planejam explorar as principais rotas internacionais em que operam para elevar o embarque de mercadorias em seus porões. A Gol, por exemplo, já iniciou o embarque de mercadorias em seus voos para Santiago, no Chile, e pretende também viabilizar o transporte de cargas do Brasil com destino à Venezuela, onde atualmente está restrita ao transporte de passageiros. Ao mesmo tempo, já começa a explorar seus acordos de interline e de code-share com parceiros como Air France - KLM e Delta para elevar sua receita com cargas. Para tanto, está investindo na construção de um novo terminal de cargas de 2 mil m² no aeroporto de Brasília (DF), que servirá como hub da empresa para a distribuição das cargas internacionais dessas companhias nas "pernas finais" dentro do Brasil.

"Começamos um teste com uma rota piloto com a Air France-KLM agora em novembro. O serviço funciona como no transporte de passageiros. A carga que vem da Europa até Brasília, por exemplo, é de responsabilidade deles, e a Gol assumirá as rotas internas em que eles não voam. Até o início do ano faremos o mesmo com a Delta. A companhia trocou a aeronave que voava dos EUA para Brasília para um Boeing 767, o que significa mais espaço de porão e mais carga para ser transportada. O que falta para consolidarmos as operações é a integração dos sistemas das companhias", diz Eduardo Calderón, diretor de cargas da Gol.

A TAM Cargo também aproveita a consolidação das operações entre TAM e LAN e o Brasil começa a ganhar mais espaço como origem e destino de cargas internacionais no Cone Sul.

O aeroporto de Guarulhos torna-se, assim, um hub importante para a movimentação de produtos como salmão do Chile, mirtilo da Argentina, aspargos do Peru e flores do Equador e da Colômbia, que desembarcam no Brasil para posteriormente serem transportados para os Estados Unidos e a Europa.

"Hoje conectamos muito mais cargas de países da América do Sul no aeroporto de Guarulhos do que fazíamos antes. Se eu não tivesse essa malha continental toda na América do Sul, não conseguiria abastecer tão bem os porões dos voos que decolam do Brasil para destinos como Madri, Frankfurt e Londres", diz o gerente comercial de cargas doméstico - Brasil da TAM Cargo, Diogo Elias.

Fonte: Valor econômico
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