Em 2015 varejo teve o pior ano de vendas desde 2001
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Ante dezembro de 2014, a atividade no setor teve retração de 7,1%
16 de fevereiro de 2016 - O volume de vendas no varejo restrito diminuiu 2,7% em dezembro na comparação com novembro, já descontados os efeitos sazonais, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ante dezembro de 2014, a atividade teve retração de 7,1%. Ambos são os piores resultados para o mês desde o início da série histórica da pesquisa, em 2001.
Com a queda de dezembro, o varejo restrito acumulou retração de 4,3% em 2015, também o pior resultado do setor desde 2001. O recuo foi generalizado: sete dos oito segmentos pesquisados tiveram resultados negativos no ano.
Segundo o IBGE, a maior restrição ao crédito, a inflação elevada, a redução da massa de salários e a queda do emprego são os principais fatores por trás do mau desempenho do comércio em 2015.
O recuo registrado em dezembro ante novembro foi pior que a média estimada pelo Valor Data, de retração de 2,3%, apurada junto a 20 economistas e instituições financeiras. O intervalo das projeções era de queda de 0,5% até 3,4%. No ano, a retração nas vendas do varejo restrito ficou dentro do esperado.
Ainda segundo o IBGE, a receita nominal do varejo restrito caiu 1,9% em dezembro, ante novembro, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com dezembro de 2014, a receita nominal do varejo restrito aumentou 2,8%. No ano de 2015, a receita teve alta de 3,2% em termos nominais.
Varejo ampliado
No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos, motos, autopeças, e material de construção, o volume de vendas caiu 0,9% em dezembro na comparação com novembro, já descontados os efeitos sazonais. Os analistas de mercado esperavam recuo de 1,9%. Ante dezembro de 2014 houve queda de 11% nas vendas do ampliado, pior resultado nesta comparação desde 2005.
No ano, o recuo foi de 8,6%. É o pior resultado desde 2005, quando o IBGE começou esta série específica. É também o segundo ano negativo em sequência, já que em 2014, houve retração de 1,4%. O volume de vendas de nove dos dez segmentos pesquisados caiu.
Ainda segundo o IBGE, a receita nominal do varejo ampliado caiu 0,2% em dezembro, ante novembro, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com dezembro de 2014, houve queda e 2,7%. Em 2015, a receita gerada pelas vendas do ampliado recuou 1,9% em termos nominais.
Dezembro
Considerando apenas o mês de dezembro, as vendas caíram em seis dos dez segmentos analisados pela PMC. No chamado varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, houve queda de 0,9% em dezembro ante novembro e recuo de 11% ante dezembro de 2014.
As promoções em novembro e a Black Friday deram alívio, mas não foram capazes de manter o bom resultado no mês seguinte. "Por conta das promoções e das antecipações das vendas de algumas atividades tiveram um resultado muito bom, que depois mostraram dados piores", destacou a gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Isabella Nunes.
Em dezembro ante novembro, as vendas de equipamentos e materiais para escritório e informática recuaram 9,1%, após alta de 18,8% em novembro influenciada pela Black Friday. Foi o pior resultado de dezembro entre todos os segmentos pesquisados. Móveis e eletrodomésticos também tiveram forte recuo, com baixa de 8,7%. No mês anterior, o segmento havia subido 6,8%.
Pelo segundo mês seguido, o grupo de hiper e supermercados, alimentação e bebidas apresentou resultado no vermelho. Após recuo de 1,7% em novembro, no último mês do ano caiu 1%. "Os alimentos tem sofrido com a pressão inflacionária e a perda da renda real das famílias", afirmou Isabella Nunes.

