Custos e falta de materiais são os maiores problemas da construção, aponta CNI
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Mesmo entre as incertezas, a CBIC espera que o PIB da construção aumente 5% no terceiro trimestre do ano, resultado que, se confirmado, será o melhor da última década

As elevações nas taxas de juros também começam a gerar preocupação (Foto: Standret/Shutterstock)
27/10/2021 | 10:22 – A mais recente edição da Sondagem Indústria da Construção, executada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com auxílio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), mostra que 54,2% dos empresários entrevistados consideram a falta de materiais e os aumentos de custo os principais problemas do setor — resultado repetido pelo quinto trimestre seguido. Divulgado na última segunda-feira (25), o estudo foi realizado no terceiro trimestre deste ano e indica também que as elevações nas taxas de juros começam a gerar preocupação.
A alta nos preços dos insumos é comprovada pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – Materiais e Equipamentos. No período de 12 meses encerrado em setembro de 2021, o indicador cresceu 30,24%, número recorde para esse intervalo de tempo considerando a era após o Plano Real. Os itens que mais influenciaram no resultado foram os tubos e conexões de ferro e aço, os vergalhões e arames de aço carbono, e os tubos e conexões de PVC.
Para José Carlos Martins, presidente da CBIC, os dados da Sondagem Indústria da Construção mostram que o setor tem potencial de crescer mais, se não fossem os obstáculos criados pelos aumentos nos juros e nos preços dos materiais. “Os números comprovam que a indústria da construção é realmente uma ‘Ferrari com o freio puxado’. Estamos andando bem, mas poderíamos andar muito mais. Difícil achar outro setor que sofreu uma inflação como o nosso, e o tanto que esse fator inibiu nossa capacidade de contribuir com o crescimento do PIB”, diz.
Projeções positivas
Mesmo entre incertezas, a CBIC espera que o PIB da construção aumente 5% no terceiro trimestre do ano, resultado que, se confirmado, será o melhor da última década. A expectativa é justificada pela melhora no nível de atividade do setor, que atingiu 50,5 pontos em setembro e voltou a ser positivo. Outros fatores que contribuem para a projeção são a demanda assídua, o aumento do financiamento imobiliário, o avanço da vacinação, a continuidade de reformas e obras menores, além da desaceleração modesta no aumento dos preços dos materiais.
O mercado de trabalho na construção traz outros dados que corroboram com o possível aumento de 5% no PIB do setor. Nos primeiros oito meses de 2021, foram criados 237.985 empregos com carteira assinada. Com isso, no final de agosto, havia 2,5 milhões de profissionais contratados — número que não era atingido desde novembro de 2015.

