Confiança na construção cai em janeiro de 2022
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Índice chega ao menor nível desde junho de 2021, com recuo de 3,9 pontos

Dentre os motivos para essa queda, está a piora na percepção dos empresários sobre o momento atual e sobre as expectativas para os próximos meses (Foto: Aten7/Shutterstock)
27/01/2022 | 10:34 – O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu em janeiro de 2022. O declínio, de 3,9 pontos, levou o indicador ao total de 92,8 pontos — o menor desde junho de 2021, quando estava em 92,4. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 1,1 ponto. Os dados são do FGV IBRE.
Dentre os motivos para essa queda, está a piora na percepção dos empresários sobre o momento atual e sobre as expectativas para os próximos meses.
A coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, Ana Maria Castelo, destacou que a situação difere muito da do ano passado, quando a construção civil foi favorecida pelo crescimento do mercado imobiliário.
“A retomada da construção ganhou fôlego em 2021 com o desempenho positivo do mercado imobiliário. As vendas e lançamentos cresceram impulsionados por taxas de crédito, que em agosto atingiram um piso histórico. A mudança de cenário terá impactos sobre os novos negócios em 2022”, disse.
Ela explicou que os números revelaram um pessimismo acentuado em relação à demanda prevista para os próximos meses, e contou que, no mês de dezembro, a confiança elevada, apresentada pelas empresas da construção, não condizia com os outros setores.
“Certamente o ambiente de mais incertezas com a evolução da pandemia e de taxas de juros maiores deve ter contribuído para a reversão do humor”, completou Ana Maria. A expectativa é de que a mudança de cenário tenha impactos diretos sobre novos negócios em 2022.
O ICST possui quatro derivados para chegar a um número conclusivo: a Situação Atual dos Negócios, a Carteira de Contratos, as Expectativas com relação à evolução do Volume de Demanda nos três meses seguintes e as Expectativas em relação à evolução da Situação dos Negócios da Empresa nos seis meses seguintes.
O Índice da Situação Atual (ISA-CST), que mede o sentimento geral do consumidor em relação à situação econômica atual, é um dos índices que denotam declínio para o mês de janeiro, com queda de 2,1 pontos.
O ISA-CST chegou à marca de 90,7 pontos — o menor nível desde julho de 2021 (89,4 pontos). Ele foi influenciado tanto pela piora do indicador de carteira de contratos, que recuou 2,4 pontos e foi para 91,4 pontos, como pela piora do indicador que mede a situação atual dos negócios, que recuou 1,9 ponto e foi para 90,1 pontos.
O Índice de Expectativas, que define o sentimento do futuro, também segue o mesmo rumo: com queda de 5,8 pontos, o indicador chegou aos 95,0 pontos — o menor nível desde maio de 2021 (89,9 pontos).
Houve queda também no indicador que mede a demanda prevista. Foram menos 6,6 pontos, passando para 96,4 pontos. O indicador que projeta a tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 4,9 pontos, para 93,6 pontos, sendo o menor nível desde maio de 2021. Naquele momento anotou 90,5 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade da Construção (Nuci) recuou 1,5 ponto percentual, para 74,9%. O Nuci de Mão de Obra e o Nuci de Máquinas e Equipamento contribuíram negativamente, com variações de -1,2 e -1,1 p.p., para 76,3 % e 68,7%.

