Com investimentos de R$ 50 bi, construção recuperará empregos perdidos
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Estes R$ 50 bilhões deverão gerar 854 mil empregos, recuperando todos os que a indústria da construção perdeu de 2014 até agora
No encontro com o presidente interino Michel Temer nesta quinta-feira (11/8) em Brasília (DF), o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto, dirá que o setor dispõe de potencial para voltar a gerar emprego em um a dois anos. “Mas para tanto agora serão necessárias medidas urgentes de estímulo a investimentos na ampliação da infraestrutura, bem como de retomada das contratações do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV)”, enfatiza.
Segundo o presidente do SindusCon-SP, “se o governo conseguir mobilizar investimentos públicos e privados de R$ 30 bilhões no MCMV, gerará 528 mil empregos durante um ano. Outros R$ 20 bilhões na ampliação da infraestrutura resultarão em mais 326 mil empregos por um ano. Estes R$ 50 bilhões deverão gerar 854 mil empregos, recuperando todos os que a indústria da construção perdeu de 2014 até agora”.
O cálculo baseia-se em estimativas da FGV Projetos. Eles mostram que, para cada R$ 1 milhão de investimentos no MCMV, a indústria da construção emprega durante um ano 8,7 pessoas e o restante da cadeia produtiva, 8,9 pessoas, totalizando 17,6 novos postos de trabalho.
Já no setor de infraestrutura, mais intensivo em capital e menos em mão de obra, o impacto do investimento na construção é ligeiramente menor. Cada R$ 1 milhão investido gera 5,4 empregados diretos e 10,9 indiretos por um ano, totalizando 16,3 novos postos de trabalho.
Diante da falta de recursos de governo para investimentos, Romeu Ferraz também destacará a importância do lançamento dos editais de novas concessões e Parcerias Público-Privadas. “Se a modelagem for bem formatada e atrativa, certamente despertará o interesse de investidores privados nacionais e estrangeiros, trazendo um grande volume de capital, estratégico para o crescimento econômico e a geração de emprego”.
“Se o governo agilizar essas medidas, certamente o setor da construção voltará a gerar emprego em um a dois anos. Isto porque se trata de um setor com longo ciclo de maturação entre a decisão do investimento e a concretização das obras. Daí ser tão importante a adoção do maior número possível de medidas ainda neste ano”.
Romeu Ferraz integrará o grupo de lideranças da construção civil que se reunirá com Temer no “Encontro com a Construção Civil – Unindo forças para construir o futuro do Brasil”, na quinta-feira, às 11 horas, no Palácio do Planalto. São esperadas cerca de 800 dirigentes de 98 entidades da cadeia produtiva da construção e de entidades de trabalhadores do setor. Os dirigentes deverão enfatizar a importância do equilíbrio fiscal e das reformas trabalhista e da Previdência para a retomada dos investimentos no setor.

