CNI afirma que 7 a cada 10 indústrias enfrentam dificuldades para comprar insumo
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Segundo a pesquisa, mais da metade das companhias só espera uma saída em meados de abril de 2022

Mesmo em negociações com valores acima do habitual, a dificuldade de adquirir insumos não desaparece (Foto: Smile Plus/Shutterstock)
07/12/2021 | 17:25 – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou uma pesquisa, divulgada em 2 de dezembro de 2021, que aponta as maiores dificuldades nos processos industriais para o fim de 2021. A principal delas, apontada por 88% das indústrias, é a falta de insumos e matérias-primas, que já afetou 68% das empresas relacionadas à extração e construção em outubro de 2021.
Apesar do percentual ser ligeiramente menor do que o de fevereiro, em que o número de empresas insatisfeitas era de 73%, a preocupação agora gira em torno da solução: mais da metade das companhias só espera uma saída em meados de abril do próximo ano. Muitas empresas também afirmaram que, mesmo em negociações com valores acima do habitual, a dificuldade de adquirir insumos não desaparece.
Quando os insumos são importados, os números também são alarmantes: 72% relataram a mesma dificuldade para adquirir mercadorias. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, conta que há, no mínimo, três motivos para a escassez de matérias-primas, iniciada durante a pandemia do novo coronavírus. “Há um buraco na produção industrial que ainda não foi resolvido. A [pesquisa] Sondagem Industrial de outubro mostrou ajuste nos estoques: uma condição importante, necessária para resolver o problema, mas é um primeiro passo. E esse ajuste ainda precisa se completar para uma série de setores”, explicou o economista, em nota.
“Além disso, temos a expansão da demanda global de uma série de produtos, com os países voltando da crise. Esses fatores seguem provocando estresse nas linhas produtivas e a escassez de diversos insumos”, completou Azevedo.
Um terceiro agravante, segundo ele, seriam os preços altos da logística e dos contêineres — sendo que, para ele, os contêineres têm apresentado até uma deficiência na qualidade.
Para a CNI, essa problemática se intensificou entre os meses de fevereiro e outubro de 2021. O percentual de empresas com dificuldades para obter mercadorias passou de 72% para 75%. Esse cenário criou uma expectativa de normalização um pouco mais pessimista: 88% acreditam que a normalização de insumos só ocorrerá em 2022 e 9% das empresas esperam que haja normalização apenas em 2023. Nesse segmento, dos 27% que importam insumos, 80% sinalizaram dificuldades de acessar matérias-primas importadas.

