Caixa anuncia liberação para financiamento de imóveis
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
A liberação será de R$ 34 bilhões. Ao todo, o banco pretende aplicar R$ 93 bilhões em habitação neste ano
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta segunda-feira (10) a liberação de R$ 34 bilhões em recursos para o financiamento de imóveis. Esse montante engloba operações feitas tanto com recursos da poupança como do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), incluindo as faixas de maior renda do programa Minha Casa, Minha Vida e as linhas de pró-cotista. Ao todo, o banco pretende aplicar R$ 93 bilhões em habitação neste ano.
Apesar de ser um alento para o setor da construção civil, a notícia traz uma preocupação. “Agora estamos atrás de demanda”, afirma o vice-presidente de habitação da Caixa, Nelson Antônio de Souza. Segundo ele, não se sabe ainda se haverá público para requisitar uma quantidade de financiamentos que consuma esses recursos.
No ano passado, o cenário era bem diferente: o alto volume de saques da poupança fez com que o banco restringisse a liberação de crédito, aumentando as taxas de juros, mudanças nos limites financiados e cortes no financiamento de imóveis usados e de empreendimentos imobiliários.
Mesmo com esses saques ainda em alta (até setembro foram R$ 41 bilhões), três medidas contribuíram para a disponibilização do montante anunciado: o aumento dos recursos disponibilizados pelo FGTS para linhas de pró-cotista, que atendem classes de média e alta renda antes contempladas pelos empréstimos com funding da poupança; a venda de parte do portfólio de crédito habitacional da Caixa, via Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), para o FGTS, abrindo espaço para concessão de novos créditos. Foram cerca de R$ 3,3 bilhões.
O terceiro fator que contribuiu para essa liberação de crédito foi o fato de o banco ser o detentor da maior e mais antiga carteira de crédito habitacional do país. A Caixa tem um forte volume mensal de recursos de poupança que “voltam” a ficar disponíveis para empréstimos, na medida em que os financiamentos vão sendo quitados. São cerca de R$ 18 bilhões que voltam dessa maneira todo mês para o banco.
Para o vice-presidente de Habitação do SindusCon-SP, Ronaldo Cury, ainda não é possível avaliar como a medida poderá impactar o setor, mas ele alerta que “é preciso reduzir as taxas de juros. Acredito que algo em torno de 8,5% poderia movimentar o mercado”, estima Cury.
Os distratos também são outra questão que traz preocupação. Para tentar amenizar o problema a Caixa tem antecipado o momento em que o banco assume o financiamento do cliente final.

