Braskem inicia a construção de mais uma unidade de reciclagem no Brasil
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
A iniciativa — desta vez, de reciclagem avançada — integra os compromissos da companhia de eliminação de resíduos plásticos

A primeira iniciativa sustentável da Braskem no Brasil foi uma fábrica de reciclagem mecânica, a qual já está em funcionamento em Indaiatuba, interior de São Paulo (Foto: Braskem/Reprodução)
29/07/2022 | 14:01 — A Braskem, multinacional do setor químico e petroquímico, dá mais um passo em direção ao compromisso de eliminação de resíduos plásticos. Depois de inaugurar uma planta de reciclagem mecânica de plástico em março deste ano, a empresa iniciou, neste mês, a construção de uma unidade de reciclagem avançada.
Política da empresa
As duas construções fazem parte das diversas iniciativas da empresa relacionadas à eliminação de resíduos plásticos — uma política alinhada aos compromissos que a Braskem assumiu com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Em suma, a empresa possui duas metas:
• Produzir e comercializar 300 mil toneladas de produtos, a partir de matéria-prima reciclada, até 2025; e
• Aumentar a quantidade de produtos comercializados a partir de matéria-prima reciclada para 1 milhão de toneladas até 2030 — ano em que a Braskem também pretende ter eliminado 1,5 milhão de toneladas de resíduos plásticos que seriam destinados à incineração, aterros ou descarte no meio ambiente.
Para atingir essas metas, a multinacional determinou que direcionaria seus esforços a tecnologias de reciclagem de resíduos plásticos pós-consumo, que garantissem um material reciclado de qualidade e em quantidade.
Planta de reciclagem mecânica
O primeiro projeto foi a planta de reciclagem mecânica — a primeira iniciativa sustentável da Braskem no Brasil. Ela foi elaborada em parceria com a Valoren, empresa especializada no desenvolvimento de tecnologias e na administração de resíduos destinados à transformação em produtos reciclados.
Juntas, as empresas investiram cerca de R$ 67 milhões de reais na planta, construída em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Em funcionamento desde março deste ano, a unidade recebeu esse nome em razão do processo que utiliza para a reciclagem: o de trituramento das embalagens em pedaços menores, conhecidos na indústria como flakes.
Os flakes são lavados, passam pelo processo de extrusão e formam os pellets – pequenas esferas de resinas termoplásticas — e começam a ser reutilizados como matéria-prima para a indústria. Essa é uma técnica tradicional no ramo da reciclagem e que pode dar origem a uma série de produtos, como embalagens de itens de higiene e limpeza, sacos de lixo, mobiliário, entre outros.
A planta de reciclagem mecânica tem como objetivo transformar 250 milhões de embalagens pós-consumo, fabricadas a partir de polietileno e polipropileno (plásticos recicláveis), em 14 mil toneladas de resina reciclada.
Planta de reciclagem avançada
Com a fábrica de reciclagem mecânica já em funcionamento, a Braskem iniciou, em julho, a segunda fase do projeto: a construção da planta de reciclagem avançada. Nessa unidade, apesar da meta continuar a mesma, o método utilizado é diferente. Agora, a empresa investirá em processos químicos de reciclagem.
A maior distinção é que, ao invés da extrusão, o agente principal costuma ser o calor. O processo de coleta, lavagem e separação dos resíduos continua o mesmo. Entretanto, depois dessa segmentação, os flakes são encaminhados para a despolimerização — que consiste na quebra da molécula em outras mais simples pelo calor. O produto final origina, então, a matéria-prima circular certificada, também conhecida como o insumo químico para a fabricação de novos produtos plásticos.
A técnica de reciclagem avançada é complementar à técnica de reciclagem mecânica, sendo que a principal diferença entre elas está na utilização de diferentes tipos de plásticos.
A construção da planta de reciclagem avançada também é fruto de uma parceria com a Valoren e tem como meta produzir até 6 mil toneladas de produtos circulares por ano. A inauguração está prevista para o primeiro semestre de 2023, e o aporte reunido pelas duas empresas, Braskem e Valorem, foi de aproximadamente R$ 44 milhões.
A diretora de Economia Circular da Braskem na América do Sul, Fabiana Quiroga, conta que a empresa acredita muito nesses dois caminhos. “Buscamos fomentar cada vez mais iniciativas com foco na circularidade do plástico, com ações de educação e engajamento da sociedade, além de investimentos concretos e parcerias valiosas para avançarmos de forma efetiva nessa temática, transformando propósito em ação”, menciona.
O executivo da companhia Valoren, Ferdinando Demarchi Neto, reitera outros benefícios significativos para o município paulista, considerando, além da atuação sustentável, a disponibilização de vagas de emprego para o ramo da reciclagem. “Atualmente, temos mais de 150 funcionários contratados e muitos deles vieram de cooperativas e coletas seletivas de rua. Nosso objetivo é expandir esse crescimento e beneficiar, além do meio ambiente, a população local com a geração de novos postos de trabalho”, diz.
As duas construções integram o financiamento de R$ 130 milhões da Braskem em três projetos direcionados à economia circular. Haverá ainda, para além destes empreendimentos, a curto e médio prazos, a obra de um Centro de Desenvolvimento de Embalagens para Economia Circular.

