Bancos e construtoras pressionam Ibovespa
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
A reação ontem não foi forte o suficiente para mudar o sinal do Ibovespa
03 de julho de 2014 - A bolsa brasileira repetiu a cena dos últimos dois pregões e reduziu as perdas no fechamento, depois de passar praticamente o dia inteiro no vermelho. No entanto, a reação ontem não foi forte o suficiente para mudar o sinal do Ibovespa. As ações de bancos e de construção pressionaram o índice, enquanto Vale e siderúrgicas lideraram os ganhos e evitaram um tombo maior do mercado local.
Lá fora os mercados repercutiram os números de geração de emprego pelo setor privado nos Estados Unidos. Segundo a ADP, foram criadas 281 mil vagas em junho, acima da previsão de 210 mil empregos dos economistas. Aqui, o mercado passou o dia aguardando com ansiedade a divulgação da pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial.
O Ibovespa fechou em baixa de 0,27%, para 53.028 pontos. O volume financeiro alcançou R$ 5,900 bilhões e foi melhor do que nos últimos pregões, que movimentaram menos de R$ 5 bilhões.
Entre as principais ações, a única no azul foi Vale PNA (2,02%, a R$ 27,20). O ativo acompanhou a recuperação do preço do minério de ferro na China, que foi negociado a US$ 94,70 por tonelada.
Dados melhores de atividade da indústria chinesa colaboraram para a reação da commodity. Desde a mínima do ano, em 16 de junho, quando bateu em US$ 89, o minério de ferro já subiu 6,4%. Usiminas PNA (4,64%) e CSN ON (3,42%) também foram destaques de alta do Ibovespa, de carona na recuperação do minério.
Petrobras PN (-0,40%, a R$ 17,12) mostrou grande volatilidade por conta da expectativa sobre a pesquisa Datafolha. O setor bancário ficou entre as principais baixas do dia: Banco do Brasil ON perdeu 1,68%, a R$ 24,52, seguida por Itaú PN (-1,62%, a R$ 31,56) e Bradesco PN (-0,28%, a R$ 31,93).
"Os bancos haviam subido no embalo das pesquisas que mostravam piora na preferência de voto de Dilma Rousseff e agora têm gordura para queimar", aponta o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi. Ele lembra ainda que os dados de demanda de crédito divulgados na semana passada pelo Banco Central apontaram crescimento da inadimplência, o que pode levar as instituições a retrair a oferta de crédito nos próximos meses.
Além dos bancos, o setor imobiliário figurou entre as maiores baixas do dia. Rossi ON perdeu 2,38%, seguida por MRV ON (-2,23%) e PDG Realty ON (-1,36%). O novo Plano Diretor para construções em São Paulo deve aumentar em cerca de 40% os custos de terrenos na cidade, nas contas do Credit Suisse.
Segundo o banco, isso vai diminuir em até 10 pontos percentuais a margem bruta de incorporadoras que atuam no segmento de alto e médio padrão, caso os gastos não sejam integralmente repassados aos consumidores. Em relatório, o Credit Suisse aponta que o plano aprovado anteontem pelos vereadores foi mais negativo para as incorporadoras do que o esperado. (Colaborou Natalia Viri).
Fonte: Valor econômico

