O disjuntor é um componente que tem a função de proteger o sistema elétrico. O dispositivo atua em função dos níveis de corrente elétrica que atravessa a instalação, ou seja, em caso de sobrecarga o aparelho desarma e interrompe o funcionamento de toda a rede, impedindo danos ao próprio circuito e aos eletrônicos nele conectados.
Existem, ainda, os dispositivos de proteção diferencial, chamados de DR e previstos pela ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão, que têm a função de proteger as pessoas.
O disjuntor funciona com base em dois sistemas de proteção, um térmico e outro magnético. As sobrecargas nos circuitos são evitadas pela proteção térmica, que atua por meio de um bimetal que desliga os contatos do componente quando a corrente elétrica se mantém em nível acima do ideal por muito tempo. Assim, são evitados danos, como o derretimento da fiação.
Já a proteção magnética visa evitar curtos-circuitos, ou seja, ela desarma o dispositivo quando a corrente, em um espaço curto de tempo, atinge nível muito acima daquele especificado. Por exemplo, quando um equipamento de 20 ampères (A) recebe uma descarga de 3 KA em cinco milissegundos, a proteção magnética o desarma.
Vale destacar que os disjuntores comercializados atualmente são termomagnéticos, ou seja, têm a capacidade de oferecer ambas as proteções.
Atualmente, o mercado oferece diferentes tipos de disjuntores, sendo que cada um desses dispositivos tem a sua própria configuração que atende à determinada aplicação. Os principais tipos de disjuntores são:
O disjuntor monopolar é indicado para instalações que têm apenas uma fase, como é o caso dos circuitos de iluminação ou de tomadas em sistemas monofásicos
Quando a instalação elétrica tem duas fases — como em chuveiros ou equipamentos de ar-condicionado —, o disjuntor bipolar deve ser utilizado.
No caso de circuitos com três fases, como acontece nos motores elétricos trifásicos, o profissional responsável tem que especificar um disjuntor tripolar.
O disjuntor magnético atua quando uma grande corrente elétrica passa pela bobina interna. Esse fenômeno resulta em um campo magnético que atrai o pistão metálico em seu interior e desarma o dispositivo.
No caso do disjuntor térmico, a ativação acontece quando é detectado um aumento anormal na temperatura. O calor faz com que uma lâmina bimetálica se encurva dentro do equipamento, o que resulta na desativação do circuito elétrico.
O disjuntor termomagnético reúne as características dos dispositivos magnético e térmico em um único componente. Com isso, se transforma na opção mais completa para garantir a total segurança nas instalações elétricas.
Para garantir o melhor desempenho, é fundamental contar com produtos de ótima qualidade. Para isso, o primeiro passo consiste em acertar na escolha da marca responsável pela solução.
Os principais fornecedores de disjuntor são:
Veja a lista completa de fornecedores de disjuntor.
Outra maneira de dividir os disjuntores é pelas curvas (B, C e D). Essa informação indica a aplicação e as cargas que podem ser ligadas no dispositivo. Por exemplo, o disjuntor B aceita correntes de três a cinco vezes maiores em relação à sua corrente nominal. Ou seja, o equipamento de 10 ampères ativará com correntes entre 30 e 50 ampères.
Já o disjuntor C opera com correntes de cinco a 10 vezes maiores do que a sua nominal. Enquanto o disjuntor D só vai ativar quando a corrente elétrica for de 10 a 20 vezes maior do que o valor nominal do dispositivo.
Confira, na tabela abaixo, a relação dos tipos de disjuntores disponíveis no mercado e as suas respectivas correntes nominais.
| Tipo de disjuntor | Corrente nominal |
| Monopolar | 2 ampères |
| Monopolar | 4 ampères |
| Monopolar | 6 ampères |
| Monopolar | 10 ampères |
| Monopolar | 20 ampères |
| Monopolar | 25 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 6 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 10 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 15 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 20 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 25 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 30 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 40 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 50 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 60 ampères |
| Bipolar 110 V / 220 V | 70 ampères |
| Bipolar 240 V | 10 ampères |
| Bipolar 240 V | 15 ampères |
| Bipolar 240 V | 20 ampères |
| Bipolar 240 V | 25 ampères |
| Bipolar 240 V | 30 ampères |
| Bipolar 240 V | 35 ampères |
| Bipolar 240 V | 40 ampères |
| Bipolar 240 V | 50 ampères |
| Bipolar 240 V | 60 ampères |
| Bipolar 240 V | 70 ampères |
| Tripolar (de 240 V a 480 V) | 15 ampères |
| Tripolar (de 240 V a 480 V) | 20 ampères |
| Tripolar (de 240 V a 480 V) | 25 ampères |
| Tripolar (de 240 V a 480 V) | 30 ampères |
| Tripolar (de 240 V a 480 V) | 35 ampères |
| Tripolar (de 240 V a 480 V) | 40 ampères |
| Tripolar (de 240 V a 480 V) | 70 ampères |
| Tripolar (de 240 V a 480 V) | 90 ampères |
| Tripolar (de 240 V a 480 V) | 100 ampères |
Para dimensionar o disjuntor adequado é preciso analisar a demanda de corrente do circuito. A escolha do modelo ideal para cada caso acontece mediante a comparação da curva B, C e D com as curvas dos fios e cabos que serão usados. As normas técnicas preveem, ainda, diferentes graus de aplicação.
Mesmo dentro de uma grande fábrica, há diferenças nos equipamentos utilizados, ou seja, os disjuntores dos circuitos que alimentam a área administrativa são diferentes daqueles que estão nas redes que abastecem o maquinário.
Além da análise da corrente, outro estudo a ser realizado é o de poder de interrupção. Circuitos com grande demanda de corrente precisam de maior poder de interrupção. Assim, em uma residência unifamiliar é comum o uso de disjuntores termomagnéticos com poder de interrupção de até 3 KA, enquanto os indicados para indústria chegam a níveis de 25 KA.
Há, também, a questão econômica: seria caro optar por um disjuntor de 25 KA de poder de interrupção em uma residência.
Os disjuntores, normalmente, ficam localizados dentro do quadro de distribuição e são separados por circuito. A ABNT NBR 5410 orienta como essa distribuição deve ser efetuada. Equipamentos elétricos que apresentam demandas maiores, como a geladeira ou o chuveiro, devem contar com circuitos dedicados e disjuntores específicos para sua proteção.
Muitas vezes, pode ocorrer de instalar mais de um disjuntor no mesmo circuito, com os equipamentos colocados em série. É bastante normal existir dentro do painel um disjuntor diferencial residual, chamado de cabeça, por ficar na entrada do circuito. Diferentes de outros equipamentos termomagnéticos podem estar ligados a este dispositivo. Se o residual cair, derruba todo o circuito.
Os disjuntores são regidos pela ABNT NBR NM 60898 - Disjuntores para proteção de sobrecorrentes para instalações domésticas e similares. Além dessa norma técnica, a qualidade dos dispositivos é garantida pela ABNT NBR IEC 60947 e pelo RTQ - Regulamento Técnico -, oriundo da antiga ABNT NBR 5361 - Disjuntores de baixa tensão -, cancelada em 2006.
Uma vez certificados compulsoriamente, os disjuntores são controlados segundo a norma e garantem a proteção e a segurança dos indivíduos submetidos a esse produto.
Ao lidar com instalações elétricas, também é importante estar atendo à ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão. Vale lembrar que as normas exigem que o disjuntor continue funcionando após um curto-circuito e, para garantir isso, os equipamentos passam por ensaios laboratoriais.
Uma portaria do Inmetro determina que o fabricante só pode comercializar disjuntores que obedeçam à regulamentação técnica. Para conquistar a acreditação, o dispositivo passa, a cada três anos, por processo de certificação, acompanhamento e renovação do certificado.
O disjuntor não é como o fusível, que, quando submetido a uma descarga elétrica, se rompe e precisa ser substituído. Ao sofrer uma sobrecarga, ele desarma para desativar o circuito, mas depois é só armá-lo novamente. Entretanto, quando o equipamento de proteção causa o desligamento do circuito, é importante analisar qual foi a causa do problema e solucioná-lo.
Os disjuntores monitoram os níveis de corrente e interrompem o fluxo quando identificam alguma sobrecarga ou outra anomalia do tipo. Por isso, evitam incêndios e choques elétricos. Seu uso preveni gastos indesejáveis com reparos e substituições de equipamentos.
Outra vantagem é a compatibilidade do produto com vários tipos de aplicação. Ou seja: a depender do modelo, atendem às necessidades de instalações residenciais, comerciais e industriais.
E não é só isso: os disjuntores são itens que permitem simples manutenção. Inclusive, podem ser reajustados com facilidade, além de dispensarem substituições frequentes. É uma solução que dura por muito tempo.
A utilização dos disjuntores abrange, praticamente, todas as instalações elétricas - das mais simples até as mais complexas.
Servem para residências (proteção de circuitos de iluminação, tomadas e eletrodomésticos), edifícios e estabelecimentos comerciais (em circuitos de luz e ar-condicionado, por exemplo), indústrias (para máquinas e equipamentos de grande potência) e infraestrutura pública (proteção de sistemas de transmissão e distribuição de energia em subestações e redes elétricas).
O disjuntor atua como uma proteção automática em instalações elétricas, interrompendo o circuito sempre que a corrente ultrapassa o valor seguro ou ocorre um curto-circuito, o que impede danos aos equipamentos, evita riscos de incêndio e protege as pessoas contra choques elétricos.
Em residências, costuma-se empregar disjuntores monopolares para proteger circuitos de iluminação e tomadas em 127 V e disjuntores bipolares para aparelhos de maior potência ou circuitos em 220 V, como chuveiros e condicionadores de ar, sendo a curva de disparo 'B' a mais indicada para as cargas típicas de uso doméstico.
O valor de um disjuntor bipolar para 220 V varia de acordo com a marca, a corrente nominal e a curva de disparo, mas em geral o preço fica entre R$ 30 e R$ 90, sendo que modelos de 20 A costumam ser mais baratos, enquanto os de 40 A ou superiores têm custo mais elevado dependendo do fabricante e do ponto de venda.
Os disjuntores mais comuns encontrados no mercado são os seguintes: termomagnéticos, diferenciais residuais (DR), de caixa moldada (MCCB) e de alta tensão.
Para escolher o disjuntor adequado, é necessário - em primeiro lugar - consultar um especialista na área. Dessa forma, a especificação do produto será mais adequada e considerará aspectos como: capacidade de corrente, tipo de circuito e condições de instalação.
O disjuntor termomagnético tem a função de evitar sobrecargas e curtos-circuitos. Já o disjuntor diferencial residual (DR) é utilizado para encontrar correntes de fuga à terra, evitando choques elétricos.
Os disjuntores precisam de manutenção regular. Preservar as conexões firmes e limpas, por exemplo, é crucial para o correto funcionamento do produto.
Quando o disjuntor desarmar frequentemente, será necessário averiguar o que está causando o problema e acionar um profissional para evitar riscos maiores.
O disjuntor pode durar por muitos anos, desde que passem por manutenção adequada e sejam utilizados para a instalação adequada.
Recomenda-se acionar um eletricista para instalar os disjuntores, visto que o processo deve respeitar às normas elétricas.
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