Saiba como calcular a quantidade certa de argamassa
Existem critérios bem definidos para o cálculo da argamassa para assentamento de revestimentos em piso e parede, condição fundamental para o sucesso da execução. Confira!
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

(Foto: Shutterstock)
Assentar revestimentos sobre piso ou parede pode parecer tarefa fácil, porém, o bom resultado depende do cálculo da argamassa e do rejunte, além dos procedimentos corretos de aplicação. “Para que a argamassa possa cumprir com a sua função de colagem do revestimento na base, é necessário que ela entre em contato com toda a área da peça de um lado, e toda a área da base do outro”, alerta Francisco Araújo, chefe de Produtos de Rejuntes da Saint-Gobain Produtos para Construção.
Tanto a base quanto o revestimento têm ranhuras e, portanto, o uso de pouca quantidade de argamassa normalmente não é suficiente para que a argamassa encoste nos dois lados, impedindo a correta aderência. “Além disso, os revestimentos não são planos, e costumam ter uma concavidade no centro da peça. Conforme a peça aumenta de tamanho, também aumenta a concavidade, o que eleva a quantidade de argamassa necessária nessa área da peça”, ensina.
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Critérios para o cálculo
Há dois critérios para calcular a quantidade ideal de argamassa. O primeiro deles considera a área que será revestida, ou seja, quantos metros quadrados de revestimentos serão assentados. “Pode valer a pena descontar as áreas de portas e janelas, para se chegar mais próximo ao número real”, diz.
O segundo procedimento leva em conta o rendimento da argamassa, fator que depende do produto escolhido e da forma de assentamento. Afinal, existe um rendimento para quando for utilizada a dupla camada e outro quando a argamassa é aplicada apenas na base (camada simples). “Assim, multiplicando o rendimento pela área, é possível ter uma estimativa de quantos quilos de argamassa serão necessárias”, orienta.
Já para o rejunte existem alguns critérios extras que devem ser analisados para se definir a quantidade adequada. Além da largura e comprimento do revestimento e da metragem quadrada da área em que será aplicado o produto, entram no cálculo a espessura do revestimento e o tamanho da junta que será utilizada.
“Para auxiliar os profissionais, a Quartozlit possui o App de Rejuntes, que permite calcular a quantidade ideal para a obra e, também, encontrar qual o rejunte ideal, além da simulação de toda a cartela de cores diretamente no revestimento a ser assentado”, fala.
Colagem dupla
Todos os passos indicados para a aplicação da argamassa têm o objetivo de maximizar a área de contato entre ela e o revestimento, sem que restem bolsões de ar sob o piso. As recomendações abrangem a execução de cordões paralelos, a utilização de movimentos vibratórios e martelo de borracha, e a aplicação de dupla camada, entre outras.
"A dupla camada é uma etapa importante para garantir quantidade de massa no verso da placa”, observa, alertando que aplicar cordões com dentes mais altos não garante que conseguirão ser esmagados por completo.
Conforme a dimensão das peças aumenta, a dupla camada se torna mais essencial. Segundo a norma, a colagem dupla, ou colagem em dupla camada, deve ser executada sempre que o revestimento tiver área superior a 30 cm x 30 cm. “Além da obrigatoriedade normativa, nós indicamos, sempre que possível, que em fachadas ou em sobreposição seja feito o assentamento com colagem dupla”, ressalta.
Assentamento em sobreposição
Quando o revestimento é aplicado sobre outro existente, a única mudança é técnica, tendo em vista a característica de porosidade da base e seus cuidados de preparo. “Quando executada uma obra em sobreposição, a base deixa de ser cimentícia e, portanto, precisa de uma argamassa com aditivos que permitam maior aderência química”, informa.
É importante, ainda, garantir que a base sobre a qual será assentado o novo revestimento não irá gerar nenhum transtorno na nova obra. Portanto, é indispensável limpar o revestimento existente de qualquer sujeira ou oleosidade acumulada e resolver eventual problema de piso solto.
Por fim, Araújo reforça que a aplicação correta de revestimentos em piso e paredes começa com a escolha de mão de obra de confiança e produtos de qualidade. Materiais de baixa qualidade podem gerar desperdício e necessidade de retrabalho durante a obra. “É por isso que nós sempre dizemos na Quartzolit: não deixe que a argamassa que ‘dá pro gasto’ te dar mais gasto”.
Colaboração técnica
- Francisco Araújo – É chefe de produtos Tile Fixing na Saint-Gobain Produtos para Construção.

