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SOLUÇÕES EM EPS

Utilização do EPS na construção é tema de estudos acadêmicos

Apesar de incipiente, bibliografia técnica sobre o uso do poliestireno expandido em diferentes obras de engenharia apresenta resultados interessantes

Vinícius Veloso

Utilização do EPS na construção é tema de estudos acadêmicosUtilização do EPS na construção é tema de estudos acadêmicos
Pesquisas sobre o EPS já estão disponíveis na internet (Foto: Sigit setyo nugroho/ Shutterstock)

Muito aproveitado pela construção civil da Europa, Estados Unidos e até mesmo por outros países da América de Sul, o poliestireno expandido (EPS) está conquistando seu espaço no Brasil. Seja em painéis monolíticos, molduras, obras geotécnicas, lajes ou outros elementos e sistemas, o material é cada vez mais especificado devido aos seus inúmeros benefícios. A leveza elevada e a excelente atuação como barreira térmica são algumas das particularidades da solução.

Como todo novo produto, o EPS tem se tornado objeto de pesquisas do meio acadêmico. As conclusões de alguns desses trabalhos, que tratam da utilização do poliestireno expandido em projetos de arquitetura e engenharia, já estão disponíveis na internet para consulta pública. Entre eles, destacam-se quatro estudos que compõem a bibliografia técnica sobre o assunto.

EPS na geotecnia

A dissertação de mestrado do engenheiro José Orlando Avesani Neto, atualmente professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), abordou o tema “Caracterização do comportamento geotécnico do EPS através de ensaios mecânicos e hidráulicos”. Elaborado em 2008, com orientação do professor Benedito de Souza Bueno, o trabalho foi apresentado à Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo.

O artigo mostra os resultados da primeira pesquisa com ensaios laboratoriais (mecânicos e hidráulicos) específicos da caracterização do EPS para uso geotécnico. Entre os testes, foram realizados os de compressão uniaxial simples e cíclica, compressão triaxial, cisalhamento direto e de interface (junta) e fluência em compressão. Também foi ensaiada a absorção de água por imersão e permeabilidade, perda de massa por ataque de roedores, além de testes químicos.

O autor utilizou amostras dos vários tipos de EPS, procurando abranger ao máximo aqueles empregados em obras. Houve, ainda, a tentativa de antecipar a utilização de amostras não convencionais, com massas específicas elevadas e de materiais reciclados. Os resultados constatados indicam que o EPS tem características apropriadas para esse tipo de uso, fato que, aliado ao baixo peso específico do material, faz dele boa solução para aplicação como geossintético.

Acesse a íntegra do trabalho: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18132/tde-24062008-101540/pt-br.php

EPS e a sustentabilidade

Em 2015, a então graduanda em Arquitetura e Urbanismo, Carolina Brandão Moraes, e a professora Paula de Castro Brasil, na época docente da Universidade Estácio de Sá (UNESA) e da Unilasalle-RJ, elaboraram o artigo “Estudo da Viabilidade do Poliestireno Expandido (EPS) na produção de edificações com baixo impacto ambiental”. O trabalho foi submetido ao 4º Seminário Nacional de Construções Sustentáveis e 1º Fórum Desempenho das Edificações.

Fotos: brizmaker/ Shutterstock

Dividido em duas etapas, o estudo examinou as qualidades sustentáveis do EPS e suas possibilidades na construção. Na primeira, elas listaram o uso do material em projetos nacionais e internacionais, além de indicar suas vantagens. Já a segunda parte do trabalho avaliou a solução conforme parâmetros da certificação BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) e os entraves da aplicação na execução de edificações.

As autoras concluem que o EPS oferece diferentes benefícios, como flexibilidade e sustentabilidade, tanto do edifício quanto do canteiro. Seu principal atrativo no setor da engenharia, no Brasil e em outras partes do mundo, ainda está relacionado aos benefícios termoacústicos do material. Já na Europa, o poliestireno expandido vem ganhando destaque também pela facilidade de modelagem que favorece a forma arquitetônica.

Acesse a íntegra do trabalho: www.imed.edu.br/Uploads/Estudo%20da%20Viabilidade%20do%20Poliestireno%20Expandido%20(EPS).pdf

Concreto leve com pérolas de EPS

Em sua tese de doutorado apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), a engenheira Bianca Pereira Moreira Ozório abordou o tema “Concreto leve com pérolas de EPS: estudo de dosagens e de características mecânicas”. Defendido em 2016, o trabalho teve a orientação do professor Libânio Miranda Pinheiro, que presidiu a banca examinadora.

Fotos: Black_Kira/ Shutterstock

A engenheira analisou o comportamento desse tipo de concreto em estruturas pré-moldadas, considerando também parâmetros de durabilidade e mecanismos de redução da porosidade. Além do EPS, a dosagem-alvo da pesquisa foi composta, basicamente, por cimento CPV-ARI, agregado miúdo (areia), água e aditivo superplastificante. O concreto leve ainda pode receber sílica ativa para reduzir a porosidade, melhorando assim a durabilidade das peças.

Após estudo de 45 misturas, a engenheira observou ganhos de desempenho mecânico com a adição de sílica ativa e fibras de aço, ajuste na granulometria do agregado miúdo e redução do teor de EPS nas misturas. A conclusão do artigo ressalta ainda que a utilização do poliestireno expandido reduz o peso dos elementos, estruturais ou não, e o consumo de agregados, do mesmo modo que o uso de adições minerais diminui o consumo de cimento.

Acesse a íntegra do trabalho: www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18134/tde-07032017-102857/pt-br.php

Placas cimentícias com EPS

“Placa cimentícia com resíduos de poliestireno expandido (EPS): estudo das propriedades físicas e mecânicas” foi o tema da tese de mestrado do engenheiro Gercyr Baptista Junior. O trabalho –, que teve a orientação da professora Geilma Lima Vieira e coorientação da professora Georgia Serafim Araújo –, foi apresentado em 2019 à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

A pesquisa analisou o uso de resíduos de EPS na substituição parcial do agregado miúdo na fabricação de placas cimentícias. Ao invés de ser descartado em aterros, esse tipo de resíduo apresenta diversas características que viabilizam sua reutilização. Entre essas particularidades estão a baixa densidade e o alto índice de isolamento térmico e acústico. Também foi comparado o desempenho das placas cimentícias tradicionais com as que receberam o EPS.

As argamassas foram caracterizadas por ensaios no estado fresco e endurecido, e ensaios mecânicos, físicos e de durabilidade das peças. O autor concluiu que mesmo sem utilizar fibras é possível aproveitar os resíduos de EPS na substituição parcial do agregado miúdo durante a produção de placas cimentícias de vedação.

Acesse a íntegra do trabalho: http://repositorio.ufes.br/handle/10/11292

Leia também: EPS é usado no fechamento de tubulações presentes em sacadas

Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br