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SOLUÇÕES EM EPS

Painéis monolíticos em EPS são compatíveis com qualquer sistema

Envoltos por telas de aço e revestidos com argamassa estrutural, os painéis de poliestireno expandido se unem com todo tipo de material. Em comparação com os sistemas construtivos convencionais, é o mais leve e possui maior isolamento térmico e acústico

Hosana Pedroso

Painéis monolíticos em EPS são compatíveis com qualquer sistemaPainéis monolíticos em EPS são compatíveis com qualquer sistema
O painel atende a construção de prédios com até quatro pavimentos (foto: divulgação/Grupo Isorecort)

O sistema construtivo com painéis monolíticos de poliestireno expandido (EPS), empregado na construção de edificações de até quatro pavimentos, é compatível com qualquer outro, seja concreto, aço ou madeira. Entre as vantagens que apresenta está sua elevada resistência, a ponto de dispensar o emprego de estruturas complementares, como concreto armado, pilares ou vigas. Inovador, o sistema é constituído por placa de EPS estruturadas por duas malhas de aço eletrossoldadas entre si.

“Os painéis monolíticos de EPS são totalmente compatíveis com outras estruturas ou elementos construtivos. É possível conectá-los, amarrá-los ou prendê-los a outros sistemas”, diz o técnico de laboratório Rafael Arnecke, do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), sediado na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Basta lembrar que os painéis empregam telas metálicas e, depois de instalados, são revestidos por argamassa.

"Os painéis monolíticos de EPS são totalmente compatíveis com outras estruturas ou elementos construtivos. É possível conectá-los, amarrá-los ou prendê-los a outros sistemas", Rafael Arnecke

TRABALHABILIDADE

Isoladamente, o EPS não expande ou retrai mediante calor ou frio. Já o aço e a argamassa estrutural, que compõem o sistema, trabalham de acordo com suas propriedades. “O aço apresenta elasticidade, assim como a argamassa projetada que recebe aditivos como expansor e incorporador de ar”, diz.

Para evitar fissuras na argamassa, as juntas podem ser tratadas com produtos apropriados, como massas elastoméricas e selantes à base de poliuretano, além de impermeabilizantes. “Esses produtos têm elasticidade e, portanto, possibilitam a trabalhabilidade entre materiais diferentes, já que alguns dilatam mais e outros menos”, observa Arnecke.

Painéis monolíticos de EPS podem receber revestimento de madeira, principalmente em ambientes internos. De acordo com o técnico, a madeira tem elevada trabalhabilidade, porém, ao ser aplicada com função estética, não influencia estruturalmente a integridade e vida útil do sistema. Além da madeira, podem ser empregados outros materiais como cerâmica ou papel de parede.

INTERFACES

Em quaisquer sistemas construtivos, dos convencionais aos inovadores, os maiores problemas ocorrem na interface das paredes com o piso, cobertura e esquadrias. São pontos críticos onde nascem patologias ocasionando, entre outras consequências, as infiltrações. “Para evitá-las, é preciso ter um projeto criterioso e utilizar produtos e técnicas adequadas”, orienta.

Interface mais crítica é a caixilharia, que exige critérios técnicos de instalação para evitar infiltrações. “Os painéis monolíticos de EPS são produzidos com o cuidado adicional de reforços da armadura nos cantos dos vãos de janelas e portas. Isso é feito com a sobreposição das telas de aço”, explica.

INSTALAÇÃO

Mais leve do que qualquer outro sistema construtivo, os painéis monolíticos de poliestireno expandido ganham um pouco mais de peso ao receber cerca de 5 cm de argamassa estrutural em cada face. Considerando apenas os painéis monolíticos, que devem utilizar o EPS com densidade de, no mínimo, 10 kg/m³ (tipo 1), o peso não passa de 90 kg/m². Já uma parede de blocos cerâmicos chega aproximadamente a 220 kg/m².

“A montagem dos painéis é muita rápida. Em pouco tempo, as paredes estão de pé, o ‘esqueleto’ da edificação está pronto. Na sequência, é feita a projeção da argamassa – tarefa igualmente rápida, feita em minutos”, afirma Arnecke, lembrando que o acabamento restante é o mesmo dos sistemas convencionais.

"A montagem dos painéis é muita rápida. Em pouco tempo, as paredes estão de pé, o ‘esqueleto’ da edificação está pronto", Rafael Arnecke

ISOLAMENTO TÉRMICO E ACÚSTICO

Arnecke destaca que o desempenho térmico e acústico das paredes construídas com os painéis de poliestireno expandido supera o de sistemas construtivos convencionais. Para o total aproveitamento dessa propriedade do EPS, o ideal é que o projeto inclua esquadrias termoacústicas e lajotas de EPS como elemento inerte para laje de concreto. Mais do que a compatibilidade dos sistemas, essas soluções utilizadas em conjunto com os painéis monolíticos de EPS asseguram elevado conforto termoacústico.

O técnico do Lactec recomenda o uso de caixilhos com poder de isolamento, o que inclui vidros duplos ou laminados – dependendo do padrão desejado de conforto. E, novamente, chama a atenção para observar a interface da parede com a janela e a porta. “De nada adianta ter paredes e esquadrias com essas características, se houver falhas na instalação”, alerta.

No sentido de ampliar o uso das lajotas de EPS para laje, um passo deverá ser dado com a revisão, em curso, da Diretriz SiNAT 011 – Paredes, moldadas no local, constituídas por componentes de poliestireno expandido (EPS), aço e argamassa, microconcreto ou concreto. O Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (SiNAT), organismo do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), avalia projeto que propõe a inclusão das lajotas de EPS para laje de concreto de edificações de vários pavimentos. “A Diretriz, como é hoje, contempla a solução apenas para casas de um pavimento. Acima disso, deve ser usado o sistema de laje convencional”, observa.

Segundo Arnecke, os painéis monolíticos de EPS garantem melhor qualidade da construção, por serem produzidos industrialmente. “Essa é uma das grandes vantagens de um sistema inovador como esse: a parede já vem pronta de fábrica e apenas montada no canteiro. Isto permite controlar melhor todo o processo de execução da obra, incluindo materiais e custos, além de evitar perdas, erros e retrabalho”, diz.

Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br ou monopainel.com.br

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Colaboração Técnica

rafael-arnecke

Rafael Arnecke – Possui curso técnico profissionalizante em Técnico em Edificações pelo Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba(2014). Atualmente é Técnico na área de Estruturas Civis do Lactec - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento e Técnico de Laboratório do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário OPET.