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SOLUÇÕES EM EPS

Escadas monolíticas podem usar preenchimento de EPS

Quando o poliestireno expandido é empregado como elemento estrutural para escadas, o vão e a espessura definem a densidade do material. Entenda

Redação AECweb/e-Construmarket

Escadas monolíticas podem usar preenchimento de EPSEscadas monolíticas podem usar preenchimento de EPS
Escadas mais complexas exigem maior capacidade do material (Foto: Sigit setyo nugroho/ Shutterstock)

Como elemento inerte de preenchimento, o poliestireno expandido (EPS) é prática usual na construção civil, tanto para lajes como para qualquer tipo de sistema, inclusive em degraus de escada. Um salto na aplicação desse material na engenharia está no seu uso como elemento estrutural para escadas executadas in loco ou pré-fabricadas.

A grande vantagem do EPS está no menor peso próprio estrutural, pois é muito mais leve que o concreto. Outra vantagem é a facilidade da execução das fôrmas que, quando feitas em madeira podem gerar imprecisões, Yopanan Rebello

“A grande vantagem do EPS está no menor peso próprio estrutural, pois é muito mais leve que o concreto. Outra vantagem é a facilidade da execução das fôrmas que, quando feitas em madeira podem gerar imprecisões”, diz o professor doutor Yopanan Rebello, titular da Ycon Formação Continuada. Ele lembra que um erro comum são escadas com degraus de diferentes alturas. Quando se usa o EPS, a exatidão das medidas torna a solução similar a de uma estrutura pré-moldada.

Exigências técnicas

Numa escada, o esforço principal é o momento fletor, e o secundário, o da força cortante. O momento fletor causa compressão em uma das faces e tração em outra. Para que exista o equilíbrio entre esses dois esforços é necessário que o elemento estrutural seja capaz de absorver as tensões de cisalhamento, que são máximas na linha neutra da secção. “Além de, obviamente, ter capacidade de absorver as tensões de tração e compressão. No concreto armado, essas necessidades são facilmente atendidas. No caso do EPS, ele terá que ter capacidade de absorver não só a compressão como também o cisalhamento. A absorção da tração fica por conta das armações”, explica Rebello.

Como o EPS é bem menos resistente que o concreto para esses esforços, o professor defende que seu uso fique restrito a vãos também bem menores que os de concreto armado. É, portanto, solução interessante para escadas de residências que têm, em geral, entre sete e oito degraus por lance, correspondendo a vãos entre 2,50 m e 3,00 m, apoiando-se nos dois extremos. As características atuais do material não permitem que seja empregado em escadas com vãos maiores.

As tipologias mais complexas de escadas exigem capacidades maiores dos materiais. É o caso, por exemplo, das escadas helicoidais construídas sem qualquer apoio intermediário. Nas escadas helicoidais, com maiores vãos, haverá esforços de tração, compressão e torção bastante elevados. “As helicoidais só poderiam ser construídas com um tipo de EPS que fosse muito resistente”, ressalva.

As escadas plissadas e as escadas com degraus em balanço também podem utilizar o material. A tipologia em balanço exige o engaste dos degraus na parede ou numa viga, devendo ser bem dimensionada para evitar vibração e desconforto ao usuário.

Execução

O professor ensina que, normalmente, o EPS é cortado em um único bloco do tamanho de todo o lance, ou em blocos emendáveis. “É prevista uma armação principal na face onde houver tração e uma armação secundária na face onde houver compressão. É recomendável criar uma armação vertical que ligue a armação comprimida com a tracionada, para ajudar no cisalhamento”, detalha. Posteriormente, é aplicada uma camada de 3 a 5 cm de argamassa resistente nas faces mais comprimidas e tracionadas. A argamassa serve como interface para o acabamento da escada, que pode ser revestida com qualquer tipo de material.

É essencial que seja usado bloco de poliestireno expandido do tipo estrutural, com densidade tal que tenha razoável resistência aos esforços de compressão e cisalhamento, Yopanan Rebello.

Assim como ocorre com os demais elementos construtivos, o EPS também sofre deformação, porém ela é mínima, quase imperceptível durante o processo de argamassagem. “É essencial que seja usado bloco de poliestireno expandido do tipo estrutural, com densidade tal que tenha razoável resistência aos esforços de compressão e cisalhamento”, complementa Yopanan Rebello.

Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br ou monopainel.com.br.

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Colaboração Técnica

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Yopanan Rebello – É engenheiro civil formado pela Universidade Mackenzie, mestre e doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Professor titular de sistemas estruturais da Universidade São Judas Tadeu. Autor do livro "A Concepção Estrutural e a Arquitetura" (Ed. Zigurate). Diversos artigos publicados na Revista AU da editora PINI e Revista Projeto. Professor de cursos de extensão em diversas universidades e entidades como FUPAM da FAU/USP e FAU/PUCAMP, Universidade Federal de Alagoas, IAB de Fortaleza, ASCOM de Curitiba, Universidade Federal de Vitória etc. Engenheiro de estruturas, com experiência eclética, tendo realizado projetos em concreto armado, aço, madeira, alvenaria estrutural e argamassa armada para empresas como GM do Brasil, Petrobrás, FDE, Universidade Federal de São Paulo, CESP, Banco Itaú, Banco HSBC-Bamerindus, Nossa Caixa, Socicam e SESC.