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SOLUÇÕES EM EPS

EPS participa da reforma da “Casa Niemeyer”, no ITA

Porta de acesso e janelas da residência foram protegidas por “óculos” executados com painéis em poliestireno expandido revestidos com argamassa estrutural armada, material leve que dispensou reforço estrutural para ancoragem do sistema

Hosana Pedroso

EPS participa da reforma da “Casa Niemeyer”, no ITAEPS participa da reforma da “Casa Niemeyer”, no ITA
O Grupo Isorecort forneceu ao projeto os laudos de ensaios dos materiais que compõem a solução (Foto: Divulgação/Grupo Isorecort)

Uma das 900 residências da Vila Militar do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP), foi objeto de reforma piloto pautada pelos critérios da construção sustentável. O modelo será replicado nas demais moradias projetadas no final da década de 1940 pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Concluída em março de 2021, a obra embarcou dispositivos de inteligência para sustentabilidade e obteve a certificação internacional AQUA-HQE. A reforma da chamada “Casa Niemeyer”, que tem 190 m² de área construída, contou com a parceria da Fundação Vanzolini e do escritório Otta Albernaz Arquitetura.

A iniciativa faz parte do Projeto HabITAs, criado pela área acadêmica do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), vinculado ao DCTA, com o objetivo de promover métodos e técnicas sustentáveis em obras de edifícios públicos. “Estão previstas duas frentes de obras no campus: essa que é residencial e, outra, de um prédio comercial de 400 m² que será ampliado para 1,2 mil m², para sediar uma casa de cultura e sustentabilidade”, diz o professor Wilson Cabral de Sousa Júnior, do ITA, coordenador do HabITAs, que tem como missão complementar resgatar, ao máximo, alguns elementos originais do projeto de Niemeyer, que se perderam durante as intervenções feitas ao longo das décadas. “Essa reforma tem, também, um apelo de caráter histórico”, comenta.

Solução em EPS

Durante o desenvolvimento do projeto de reforma, o escritório de arquitetura identificou a necessidade de proteger a porta de acesso e as janelas da residência dos raios solares. Propôs a instalação de “óculos”, inicialmente pensados para execução no sistema convencional em concreto. “Porém, as paredes exigiriam reforço estrutural, pois não suportariam ancorar essas projeções mais pesadas”, conta o engenheiro Denilson Rodrigues, consultor Técnico do Grupo Isorecort. Além disso, de acordo com Sousa Júnior, a análise de sustentabilidade indicou que a obra deveria realizar o mínimo de intervenções e utilizar a menor quantidade possível de materiais.

Por sugestão dos arquitetos, o professor e o Grupo Isorecort, através do engenheiro, desenvolveram a solução em poliestireno expandido (EPS) específica para a obra. “São, praticamente, molduras constituídas por painéis arquitetônicos de poliestireno expandido, com densidade 2 F, estruturados com argamassa armada”, explica Rodrigues. A espessura total dos “óculos” é de 10 cm, abrangendo os 5 cm do EPS mais o cobrimento de 2,5 cm em cada face do painel, com 50 cm de profundidade. Apesar de o conceito ser muito próximo ao do Monopainel®, esses elementos não têm os espaçadores, mas frisos estrategicamente posicionados, de modo a acomodar os arranques em vergalhões metálicos utilizados para fixar estruturalmente o óculo.

As dimensões das peças se adequaram às de cada esquadria. A porta, por exemplo, tem 2,20 x 6 m. “Uma peça realmente grande que, por conta do baixo peso do EPS, foi facilmente sustentada pela alvenaria”, comenta Rodrigues, que atuou diretamente na obra, conduzindo a equipe que realizou o serviço. Segundo o professor, o executor inicial desconhecia o sistema em EPS e ainda argumentou que seria preciso impermeabilizar a ancoragem. Foi quando o Grupo Isorecort, além do projeto, disponibilizou sua equipe e indicou o parceiro para impermeabilizar.

“O resultado ficou totalmente adequado ao seu propósito”, afirma Sousa Júnior. Além da conquista da certificação AQUA-HQE, para a qual contribuiu o desenvolvimento e os materiais usados nessas proteções das portas e janelas, o ITA obteve o conhecimento técnico a ser empregado nas demais obras. Para tanto, o professor conta que o fornecedor realizou duas oficinas, sendo uma de estruturação e cobrimento e, outra, de impermeabilização, das quais participou ativamente.

O resultado ficou totalmente adequado ao seu propósito, Wilson Cabral de Sousa Júnior

O Grupo Isorecort forneceu ao projeto HabITAs os laudos de ensaios de todos os materiais que compõem a solução. Em construções e reformas vocacionadas a certificações de impacto ambiental, o EPS é bem-vindo por ser 100% reciclável. Ele cumpre o conceito sustentável identificado como “do berço ao berço”, ou seja, depois de usado pode ser reciclado e dar origem a um novo produto, indefinidamente. E seu processo produtivo é isento de CFC.

“O EPS é um material com alto apelo sustentável, que oferece resistência em comparação à alvenaria convencional, proporcionando conforto térmico e acústico, eliminando desperdícios de materiais, reduzindo os custos finais da obra e garantindo agilidade em todo o processo construtivo”, explica Rodrigo Rezende, gerente Administrativo do Grupo Isorecort.

O EPS é um material com alto apelo sustentável, que oferece resistência em comparação à alvenaria convencional, proporcionando conforto térmico e acústico, eliminando desperdícios de materiais, reduzindo os custos finais da obra e garantindo agilidade em todo o processo construtivo, Rodrigo Rezende

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Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br.

Colaboração Técnica

Wilson Cabral de Sousa Júnior – É graduado em Oceanologia pela Universidade Federal do Rio Grande (1996), Mestre em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1999) e Doutor em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (2003), com Phd Sandwich pela University of London (2002). Realizou pesquisas de pós-doutorado junto ao Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo e ao Sustainability Research Centre da Universidade de Sunshine Coast/Austrália. Atualmente é professor associado do Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Tem experiência em Gestão de Recursos Hídricos e Economia Ambiental e Ecológica, atuando principalmente nos seguintes temas: modelagem hidrológica, modelagem ambiental e ecológica, instrumentos econômicos de gestão ambiental, estudos de impactos ambientais e análise econômico-ambiental de empreendimentos de infraestrutura. É autor do livro "Gestão das águas no Brasil: reflexões, diagnósticos e desafios", dentre outros.

Denilson Rodrigues – Engenheiro Civil formado pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atua com projetos estruturais e acumula grande experiência com obras de concreto armado, elementos pré-fabricados, painéis e cortinas de contenção, além de estudos na área de desenvolvimento de novos sistemas, com ênfase em termoisolantes (principalmente Poliestireno/EPS e Poliuretano/PUR/PIR). É responsável pela área de engenharia e de desenvolvimento técnico do Grupo Isorecort.

Rodrigo Rezende – É advogado com bacharelado em Direito pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FDSBC). É integrante do Comitê de EPS do Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), também participa como membro da Comissão Setorial do EPS da Associação Brasileira das Indústrias Químicas (Abiquim). Atualmente, é Gerente Administrativo do Grupo Isorecort.