

Na busca por novos processos construtivos, as placas de poliestireno expandido (EPS) de alta densidade surgem como material facilitador da execução das escadas de piscinas, com a função de preenchimento dos vazios da forma. “O uso do material para essa finalidade é recomendado por ser de fácil manuseio e por evitar patologias futuras”, afirma o engenheiro Marcus Valério Tavares Bittar, gerente da Área Técnica da construtora Gafisa.
Ele lembra que é preciso atentar para as especificações e características do EPS, sua densidade e cargas de trabalho, entre outros aspectos, de acordo com cada uso. No caso do projeto do edifício Vila Rica, construído pela empresa em Santos (SP), foram utilizados blocos de EPS tipo 3 que têm densidade de 14,3 kg/m³. “Essas especificações são facilmente encontradas nas tabelas fornecidas pelos fabricantes de EPS”, diz o gerente.
Sistemas construtivos
Na construção de piscinas em condomínios residenciais, a escada é item relevante no que se refere a segurança, conforto e acessibilidade dos usuários. E deve atender aos requisitos estabelecidos pela ABNT NBR 10.339/2018 que versa sobre piscina/projeto, execução e manutenção.
“A execução das escadas in loco, que poderão constar do projeto e detalhamento da estrutura da piscina, normalmente ocorre em uma segunda etapa de concretagem. O vazio sob os degraus vem apresentando uma dificuldade na execução e na garantia da integridade da impermeabilização”, relata o gerente.
Em alguns casos, o enchimento da base e posterior execução dos degraus tem sido feito com concreto convencional γ= 2,4 t/m³, ou concreto leve γ< 2,0 t/m³, ou ainda com bloco cerâmico e bloco de concreto γ> 1,2 t/m³. E mais recentemente tem sido empregado o poliestireno expandido γ> 0,014 t/m³.
“É interessante observar que o EPS possui um peso cerca de 100 vezes menor que os demais materiais, o que evita a sobrecarga da estrutura e, consequentemente, traz redução de custos”, ressalta Bittar.
Método executivo do projeto da piscina do Edifício Vila Rica
O projeto da piscina do Edifício Vila Rica foi desenvolvido pela Área Técnica da construtora Gafisa em conjunto com o escritório França & Associados Projetos Estruturais. Depois de finalizadas a estrutura da piscina e sua impermeabilização, foram executadas as seguintes etapas:
• Marcação e fixação da armação da escada através de fixador epóxi de ancoragem, conforme detalhamento e especificação do projeto estrutural (Figura I e Figura I.I);
• Montagem da armação da parede lateral da escada da piscina;
• Confirmação das medidas para confecção dos 3 blocos de EPS, respeitando o recobrimento das armaduras especificadas para esse projeto (Figura II);
• Aplicação perimetral na junta de concretagem com selante expansor Penebar SW55;
• Montagem da armação da escada e seus espaçadores (Figura III);
• Fechamento e travamento da forma;
• Finalização com a segunda concretagem da escada da piscina (Figura IV e Figura IV.I).
Foram montados três blocos em formato de trapézio em EPS, confeccionados separadamente para o desenvolvimento da rampa da laje da escada conforme ilustrado na Figura II.
Vantagens do EPS em escadas de piscinas
“O uso do EPS como enchimento das escadas facilita o transporte e o manuseio na obra, permite ajustes, nivelamento e cortes precisos e evita deformações durante o processo de concretagem. O bloco de EPS, quando comparado à solução convencional, apresenta inúmeras vantagens, que garantem a durabilidade da edificação atendendo à ABNT NBR 6118:2014 – além de se tratar de material inerte e não sofrer agressão de agentes biológicos”, reforça Bittar.
Ele sugere atenção especial, principalmente com o recobrimento das armaduras, observando as solicitações descritas no projeto. O uso de espaçadores pede cuidado técnico, pois eles podem penetrar no EPS, deixando a armadura sem o devido recobrimento, ficando exposta ao processo de corrosão.
“A construção civil, por ser uma das indústrias que mais consome recursos naturais, tem papel fundamental na sustentabilidade. Nesse sentido, o EPS tem se tornado uma solução de mercado”, conclui.
Fotos do Projeto desenvolvido para o Edifício Vila Rica:








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Marcus Valério Tavares Bittar - Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), pós-graduado em Alvenaria Estrutural e Patologia da Construção. Gerente da Área Técnica da Construtora Gafisa, especialista responsável pelo gerenciamento e orçamento dos projetos de fundações, contenções, estruturas de concreto armado, atua no preventivo das patologias das construções e desenvolvimento técnico de processos construtivos, em especial das lajes de subpressão e prédios em paredes de concreto.