

O processo de montagem das lajotas de poliestireno expandido (EPS) é fundamental para o bom desempenho do conjunto e obtenção de uma laje segura. O passo a passo de utilização do material começa com o transporte. “As lajotas em EPS devem chegar ao canteiro de obras, preferencialmente, em caminhões baús. É imprescindível que o armazenamento seja feito ao abrigo da chuva, do vento e do sol, para que a variação climática não altere a soldabilidade das peças”, afirma o engenheiro Denilson Rodrigues, consultor Técnico do Grupo Isorecort.

Junto com as lajotas em EPS, o fabricante entregará uma planta de montagem, estabelecendo a altura ideal dos blocos, os detalhes sobre escoramento, espaçamento entre as escoras e o tempo que a laje deverá permanecer escorada. “É importante lembrar que, devido ao seu baixo peso, a laje com EPS permite um escoramento mais espaçado. Com isso, a obra economiza tempo e material, reduzindo custo”, comenta Rodrigues, acrescentando que uma montagem bem-feita é garantia de uma laje segura, evitando acidentes com operários e deformações do sistema. Para tanto, ele indica os passos essenciais, que devem ser seguidos à risca.
• Ao iniciar a montagem com a lajota em EPS (próximo de parede/viga), a peça deve ser bem encaixada nas vigotas, lembrando que é preciso conferir os encaixes nas pontas e também no meio da vigota. Isso evitará que o EPS “escorregue” e desça com a concretagem.
• Não corte o EPS sobre a laje, pois os pedaços que sobram podem cair nas fôrmas das vigas e dos pilares.
• Recomenda-se não pisar diretamente sobre as lajotas em EPS, com especial atenção para as peças com espessura menor que 120 mm. Neste caso, use uma tábua como passarela apoiada sobre as vigotas, para fazer a montagem da laje.
• Não deixe espaço entre as lajotas, para que não ocorra perda de nata de cimento na concretagem.

Para a instalação das tubulações, os blocos podem ser cortados utilizando uma faca, estilete, serrote ou maçarico. “O EPS é um material que contém um retardante à chama, ou seja, em caso de incêndio, não propaga fogo”, destaca o engenheiro.
As passagens das tubulações hidráulicas e elétricas podem ser feitas entre o EPS e, também, entre as nervuras de travamento. Os dutos sempre devem atravessar as nervuras em sentido transversal, e nunca na longitudinal (junto à armação treliçada), conforme mostra o desenho abaixo:

O processo de concretagem das lajes com lajotas em EPS é basicamente o mesmo indicado para lajes convencionais. Porém, alguns cuidados especiais devem ser levados em consideração:
• A resistência do concreto (fck) e o seu slump (fluência) devem ser especificados pelo engenheiro calculista da obra ou pelo fabricante de laje (quando não houver um projeto estrutural específico), a fim de garantir não só uma boa trabalhabilidade durante a concretagem, como um melhor desempenho do conjunto;
• É necessário, em toda laje em concreto, a utilização de armadura de distribuição na capa (tela metálica ou equivalente) sobre as lajotas em EPS;
• O concreto deve ser lançado a uma altura máxima de 15 cm, pois um jato lançado de maior altura pode danificar o EPS;
• Evitar sempre o acúmulo de concreto sobre uma pequena área, principalmente no caso de lajotas com espessura menor que 12mm, sendo aconselhável espalhar o concreto aos poucos e uniformemente.

Por sua superfície bastante regular, as lajes preenchidas com EPS possibilitam a execução de revestimento mais delgado, economizando argamassa ou gesso, além de mão de obra. “Já as lajotas cerâmicas, por não apresentarem medidas padronizadas e constantes, implicam maior consumo de concreto na capa da laje e de argamassa para revestimento inferior”, comenta Rodrigues.
O procedimento de chapisco para reboco é semelhante ao da aplicação em blocos cerâmicos. “Porém, para que a aderência da argamassa com o EPS seja perfeita, é necessário que se coloque um aditivo plastificante a base de PVA no traço do chapisco, conforme especificação no rótulo do aditivo”, alerta o engenheiro.
Com a massa mais fluida e pastosa – pois o aditivo permite reduzir o percentual de água, ao mesmo tempo em que torna a massa mais trabalhável e aderente –, é possível aplicar o chapisco. O ideal é utilizar o rolo de textura, que reduz o tempo de aplicação, assim como desperdício de material, além de resultar numa superfície chapiscada mais uniforme. São necessárias, pelo menos, duas demãos, que devem ser executadas em um mesmo sentido, com intervalo de aproximadamente 24h, dependendo da temperatura ambiente e da umidade do ar.

O gesso-cola pode ser aplicado diretamente sobre o EPS, bastando pintar previamente a superfície com aditivo a base de PVA (cola branca ou equivalente), dissolvido em água. “Deve ser usada uma mistura na proporção de 7 litros de água para 1 Kg de PVA. A aplicação do gesso pode ser feita logo em seguida”, ensina.
Para assegurar melhor acabamento, principalmente no caso de ser necessária maior espessura de gesso, recomenda-se a aplicação prévia de chapisco rolado (conforme já descrito).
O uso de blocos de poliestireno expandido (EPS) e demais materiais no enchimento de lajes está previsto na norma técnica ABNT 14859-2 – Lajes pré-fabricadas de concreto – Parte 2: Elementos inertes para enchimento e fôrma – Requisitos.
Quando o material for o EPS, a norma indica que sua densidade mínima seja de 9 kgf/m³.
O engenheiro Denilson Rodrigues lembra que, no caso de utilização de densidades inferiores a essa, o fabricante da laje é o responsável pelo desempenho do conjunto (EPS + aço + concreto), inclusive na ocorrência de quebra de lajotas e consequente perda de concreto.
Ainda de acordo com a norma, “os elementos inertes de enchimento e fôrma devem trazer, obrigatoriamente, gravada ou impressa no elemento ou na embalagem, a identificação do fabricante conforme legislação vigente e dimensões nominais na ordem descrita anteriormente”.
O Grupo Isorecort recomenda a utilização das lajotas em EPS por ele desenvolvidas, confeccionadas em material “2F” (12kg/m³), facilmente identificável por sua característica cor amarela, que ajuda a amenizar o ofuscamento em dias de sol. “Todo o material que a empresa entrega na obra está devidamente embalado e identificado”, conclui Rodrigues.
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Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br.

Denilson Rodrigues — Engenheiro Civil formado pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atua com projetos estruturais e acumula grande experiência com obras de concreto armado, elementos pré-fabricados, painéis e cortinas de contenção. É responsável pela área de engenharia e de desenvolvimento técnico do Grupo Isorecort.