

As obras de adequação de um edifício corporativo recém-construído para uso de uma das maiores redes de diagnóstico do país, na zona sul de São Paulo, foram desafiadoras. O piso elevado com 30 cm de altura em cada um dos seis pavimentos tinha que ser preenchido sem sobrecarregar a estrutura do prédio. Esse elemento é usual em escritórios para a passagem de tubulações e cabeamentos. Porém, ambientes de saúde exigem um piso sólido para manter a assepsia.
A It’s Engenharia, responsável pela obra, executou o preenchimento desses vãos com blocos em poliestireno expandido (EPS), num total de 24 cm de altura, mais o capeamento de concreto com 6 cm de espessura.
“Adotamos um complexo sistema que envolveu alvéolos e pequenas colunas engastadas nas lajes preexistentes”, conta o engenheiro Leonardo Leite, gerente de Obra da empresa, com experiência acumulada no uso do material em outras nove obras de grande porte.
“Tínhamos dois desafios iniciais, prazo muito curto para as obras e a necessidade de execução de um preenchimento de altura incomum que deveria ser, antes de tudo, leve. E, ainda, prever que, no futuro, caso o edifício de 8,8 mil m² locado pelo laboratório venha a ser devolvido, possa ser facilmente reconvertido para a condição de corporativo, conforme concebido”, explica.
A preocupação da engenharia não se ateve apenas à altura dos blocos em EPS, mas também à espessura do capeamento. Fator determinante para a execução das lajes com 6 cm foi o carregamento dos quase 2 mil equipamentos do laboratório, com peso considerável.
“Foi preciso estudar a divisão adequada entre a altura do EPS e do concreto, para evitar a retração e, ao mesmo tempo, o contrapiso não pesar demais”, diz. Leite se refere ao fato de que, quanto menor a camada, mais rápida é a retração do concreto e as consequentes fissuras.
A logística de execução do preenchimento pediu atenção especial. As grandes dimensões dos pavimentos aliadas ao volume de concreto necessário para atingir os 6 cm de espessura não permitiam fazer o lançamento num pano único. “No pavimento com 2,6 mil m², tivemos que ‘quebrar’ em quatro concretagens de lajes contínuas e, nos outros cinco que têm 1,4 mil m² cada, em dois panos”, relata.
O EPS foi usado nas bordas das lajes, cumprindo a função de juntas, de maneira a evitar o contato entre elas e garantir a trabalhabilidade do conjunto.

Para preencher os 24 cm de espessura, a obra utilizou blocos em EPS do tipo 1F, com 10 kg/m³. “Sobre essa camada, foi criada uma malha de armação de aço para que trabalhasse não só em formato de laje, mas com função semelhante ao radier”, conta Leite.
Segundo ele, a laje foi dividida com espaçamentos de 3 x 1 m, criando verdadeiros alvéolos com blocos em EPS. “Entre eles, executamos vigas com altura de 30 cm. Ou seja, é uma estrutura alveolar que responde à necessidade estrutural de peso representado pelos equipamentos do laboratório. E, também, à trabalhabilidade elevada da laje preexistente, em decorrência de seu grande comprimento”.
As vigas foram travadas na laje de baixo, nos encontros transversais e longitudinais. O pinamento de barras de aço com 12,5 mm solidificou o enchimento. “Ou seja, fizemos uma estrutura única, criando entre as lajes um alvéolo em EPS, como se fosse um caixão perdido”, diz.
Por exigência do cliente, o projeto excluiu a passagem de qualquer tubulação através do piso preenchido. Os sistemas prediais foram alocados na face inferior da laje existente.
De acordo com Leonardo Leite, o preenchimento de cada laje foi feito em cerca de 10 dias. O maior impeditivo para dar maior velocidade ao processo foi a logística de recebimento do aço na laje para a montagem das vigas. Por se tratar de prédio já executado, não era possível fazer o aço chegar nos pavimentos em comprimentos maiores para vencer os grandes vãos. “Tivemos que comprar as barras em dimensões pequenas, o que em produção gerou um tempo maior de trabalho para a montagem dessa armação”, detalha.
O Grupo Isorecort é o fornecedor de EPS da It’s Engenharia nesta e em outras obras, inclusive algumas em execução, como a do Shopping BR Malls, em Barueri (SP). “Pelo grande volume que tivemos na obra do laboratório, a empresa nos atendeu com rapidez, desde a produção até a logística e entrega nos pavimentos”, finaliza.
Leia também:
EPS é a melhor solução para o nivelamento e regularização do piso
Construtoras aprovam e adotam os shafts em EPS
EPS pode ser empregado no preenchimento de rampas de acesso
Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br.

Leonardo Botelho Gomes Leite – É Engenheiro Civil pela universidade da Fundação Mineira de Educação e Cultura na Faculdade de Engenharia e Arquitetura – BH (2004), com pós-graduação em Engenharia Clínica com foco em gestão de negócios hospitalares e equipamentos médicos, pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp (2014). Na It’s Engenharia, faz o gerenciamento de obras especiais de grande porte e complexidade, das propostas técnicas e acompanhamento junto ao cliente, além da gestão do time de produção em campo.