

As molduras de EPS se destacam nas fachadas de edificações, principalmente nas de arquitetura neoclássica, em requadros de portas e janelas, arcos, faixas, frontões, molduras verticais e horizontais, molduras ‘almofadadas’ e colunas de sustentação ou decorativas. Estão presentes, também, em projetos de interiores de edifícios residenciais, corporativos e comerciais. Inclusive em áreas úmidas, como banheiros, pois o material tem baixa absorção de água. “O produto substitui, principalmente, molduras e sancas de gesso”, explica o arquiteto e professor Glaucio Gonçalves, titular do escritório de arquitetura e design que leva seu nome.
“No passado, as molduras aplicadas em fachadas eram confeccionadas em argamassa, produzidas através de fôrmas de gesso, chapas metálicas e madeira. Uma verdadeira obra de arte, feita por pessoal especializado que, até hoje, pode ser vista em projetos de restauração”, lembra o engenheiro e mestre Renato Sahade, consultor em Patologia de Concreto e Revestimentos.
A moldura de EPS, normalmente, recebe de fábrica uma base revestida por tela de fibra de vidro recoberta com uma fina camada de argamassa cimentícia e produtos impermeabilizantes. “As peças já vêm prontas para aplicação, nos tamanhos e desenhos escolhidos. Algumas são revestidas com filme protetor para evitar danos durante o transporte e a instalação”, informa Sahade.
A eficiência da moldura depende de uma boa instalação e fixação. Para isso, a superfície onde as placas serão aplicadas deve estar livre de resíduos de pinturas e revestimentos. Se a construção não for nova, a superfície deve ser lixada até o emboço, para evitar o descolamento das placas com os resíduos de acabamento antigo. “Outro detalhe importante é calcular corretamente as áreas de corte das peças”, alerta o engenheiro. O acabamento será feito na obra, de acordo com a especificação do projeto, podendo empregar massas acrílicas e sistemas de pintura dos mais variados, como pintura rolada, textura rolada ou espatulada.
Em ambientes internos, a instalação também se inicia pela limpeza do substrato. “Com espátula ou escova de aço, é preciso raspar a superfície e retirar toda a pintura, caso tenha”, diz Gonçalves. A medição das peças na extensão que a moldura deverá ter é o passo seguinte. As extremidades devem ser cortadas em 45 graus, para encaixar uma na outra.
O arquiteto explica que a fixação é feita com aplicação de cola na moldura. Já em contato com o substrato, é preciso pressionar até que a peça esteja firmemente grudada. Depois da colagem, a superfície da moldura de EPS é lixada com uma lixa fina. Os vãos na união das peças devem ser preenchidos com um pouco de massa corrida. “O acabamento em massa e pintura deverá ser feito apenas no dia seguinte”, ensina Gonçalves.
Segundo Sahade, se for realizada a manutenção preventiva adequada, de forma a não deixar o EPS exposto, sua vida útil será, pelo menos, a de uma fachada, ou seja, 40 anos. A manutenção passa por um simples lixamento fino e retoques localizados para uniformização da peça. Em caso de lascamentos e quebras profundas, basta cortar o local danificado e fazer a emenda. As molduras podem ser limpas com água e sabão.
“Os estudos realizados sobre as soluções construtivas em EPS mostram que não é conhecido o limite de idade do material. No entanto, as propriedades do EPS impõem a sua correta aplicação, para que seja garantido um desempenho adequado ao longo do tempo”, observa Gonçalves. Ele lembra que deverá ser considerada a radiação solar direta, bem como outros tipos de radiações ricas em energia que deterioram o EPS, por alterarem a sua estrutura química. “Este processo é, porém, lento e dependente da intensidade da radiação e do tempo de exposição. Em conjunto com as intempéries o processo pode ser acelerado”, comenta ele.
As molduras de EPS apresentam uma série de vantagens, se comparadas com aquelas executadas em argamassa. De acordo com Sahade, elas são mais leves, o que reduz o número de mão de obra em canteiro, eliminando riscos em relação à segurança no trabalho. Têm menor custo de produção, facilidade de transporte, manuseio, instalação e confecção. “Além disso, promovem uma obra mais limpa, com menos sujeira na fase de instalação e, ainda, aceitam aplicação de massas acrílicas e pinturas”, diz o engenheiro.
A lista de vantagens não para aí. As molduras de EPS não mancham e não sofrem ataques de fungos e bactérias. Permitem a realização de emendas quando há quebra ou dano, enquanto as molduras de argamassa ou concreto podem apresentar fissuração por movimentação térmica/trepidação/movimentação da estrutura do edifício. As peças em EPS acomodam movimentações estruturais; têm baixa absorção de umidade, o que as conserva por muito mais tempo; e podem ser coladas sobre madeira, azulejo, vidro, espelho, parede, teto, metal, entre outros substratos.
Gonçalves também menciona benefícios do produto, como a facilidade de instalação que, muitas vezes, é feita sem sujar a pintura existente. As peças podem ser instaladas em paredes arredondadas, pois são flexíveis; não são tóxicas, não produzem CFC e podem ser 100% recicladas. E, ainda, suportam altas temperaturas, podendo chegar a 80°C, dependendo da marca. Podem ser pintadas com tinta PVA ou a base de d’água já no dia seguinte à sua instalação. Uma lixa fina pode ser utilizada para retocar alguns pontos e uniformizá-la.
“Em comparação com o gesso, a única desvantagem é a necessidade de mão de obra especializada para instalação e aplicação”, afirma Gonçalves. Para Sahade, a desvantagem é que a moldura pode descolar, caso o EPS não fique bem aderido ao substrato. “Em alguns casos, durante o manuseio de molduras horizontais, o funcionário pode acabar pisando em vários pontos da peça, deixando-a com várias falhas de nivelamento. Incidentes do tipo obrigam a equipe de pintura a aplicar grandes espessuras de massa acrílica, de forma a regularizar o acabamento, desrespeitando o desempenho da massa acrílica. O resultado é a fissuração superficial de vários trechos e o empoçamento de água sobre a moldura”, explica o engenheiro.
Contudo, há quem diga no mercado que a moldura de EPS tem menor resistência e durabilidade que os cimentícios, mas para Sahade isso não é verdade. “Conheço obras com mais de 15 anos com este tipo de produto e que estão em perfeito estado até o momento”, relata Sahade. Na opinião de Glaucio Gonçalves, por se tratar de material relativamente novo em ambientes internos, o que falta é maior divulgação de conteúdo a respeito do tema. “O que, consequentemente, faria os profissionais conhecerem e especificarem mais”, conclui.
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Glaucio Gonçalves – Graduado em Arquitetura e Urbanismo e pós-graduado em Administração de Empresas para engenheiros e arquitetos pela FAAP. É professor em turmas de design de interiores e arquitetura e presta consultoria para profissionais e alunos do segmento. Atuando há mais de 20 anos no mercado, se destaca por desenvolver projetos de arquitetura e design de interiores para áreas residenciais e comerciais. Fundou o EB-A Espaço Brasileiro de Arquitetura, que deu origem, em 2014, ao escritório Glaucio Gonçalves Arquitetura e Design. Com mais de 300 projetos realizados e atuação no mercado nacional e internacional (Angola), o profissional busca sempre soluções em seus projetos de arquitetura e design que tragam bem-estar, conforto e a percepção de se sentir em um lugar único. Em 2015, o arquiteto foi premiado como personalidade do ano – destaque arquitetura e design - pela Associação Brasileira de Liderança.

Renato Sahade – Engenheiro Civil e mestre em Tecnologia de Construção de Edifícios pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo). Há 25 anos atua como consultor em Patologia de Concreto e Revestimentos. Professor de pós-graduação pelo IPT, INBEC, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Educ.Eng/CREA-ES e UNIPÊ (Centro Universitário de João Pessoa/PB) nas cadeiras de Vedações, Revestimentos e Sistemas de Recuperação. Coautor do Manual de Selantes para Fachadas elaborado pelo Consórcio Habitare/Caixa. Membro da CE-002:109.010 da ABNT/CB-002 - Comissão de Estudo de Placas Cerâmicas: Procedimento e Execução. Membro da CE 018:400.004 da ABNT/CB-002 - Comissão de Estudos de Argamassas de Assentamento e Revestimento.