

O poliestireno expandido (EPS) tem se revelado importante aliado na instalação de tubulações, com funções específicas que constituem os sistemas prediais. O produto viabilizou a proteção de adutora da Sabesp, no interior de túnel, com ganhos em produtividade e custos. Para cada situação, o material tem especificações e formas de uso apropriadas.
O sistema de caixa acoplada nos banheiros eliminou boa parte do ruído das instalações hidráulicas, antigamente causado pelo acionamento das válvulas de descarga. Porém, ainda persiste a vibração da tubulação instalada nos shafts e fixadas com braçadeiras. Com a passagem da água, a vibração é transmitida através de ondas para a estrutura do prédio.
“O ruído pode ser facilmente eliminado, instalando peças específicas de EPS, recortadas nas dimensões do shaft. Nas peças, são feitos furos para a passagem de cada um dos dutos – normalmente, são três ou quatro –, que permanecerão isolados, sem contato com a laje e as paredes ao redor”, explica o engenheiro Denilson Rodrigues, consultor técnico do Grupo Isorecort.
A recomendação é que a peça seja instalada, moldando o shaft, antes da concretagem da laje. Depois, basta fazer as furações e passar as tubulações. A baixa densidade do EPS é fundamental para a obtenção de melhor desempenho, ou seja, o material deve ser dos tipos 1 ou 2, entre 10 e 12 kg/m³.
Tubulações residenciais de água quente contam com a propriedade de isolamento térmico do EPS para proteger a temperatura da água em toda a sua extensão. Sem esse recurso, o contato do duto com o concreto ou a alvenaria resfria a água, além de ocasionar a dilatação diferencial dos materiais e, consequentemente, a possibilidade de rompimento e vazamento.
O sistema consiste em duas canaletas de EPS envolvendo e protegendo a tubulação. Para a fixação em torno do duto elas podem ser coladas ou envolvidas com mantas adesivas. “Em tubulações expostas, geralmente o material é envelopado com manta aluminizada”, recomenda, indicando que, dependendo do diâmetro da tubulação, pode ser feito encaixe do tipo macho e fêmea. O EPS pode ser empregado diante de temperatura limite entre 60 °C e 80 °C. São peças de média densidade, ideal para assegurar barreira térmica mais eficiente.
Blocos de EPS medindo 2 x 1,25 x 0,40m, num total de 665 peças, foram empregados de maneira inédita na execução da obra do Sistema Produtor São Lourenço, uma parceria público-privado entre a Sabesp e o consórcio formado pela Camargo Correa e Andrade Gutierrez. O desafio enfrentado pela área de engenharia era envelopar 1.800 m de tubulação em aço carbono já instalada dentro de um túnel de 1.100 m de extensão, no município de Cotia (SP).
A proteção se fazia necessária para evitar que a adutora flutuasse mediante inundação do túnel e, também, fosse danificada em eventual desplacamento da rocha. No entanto, só havia espaço no ambiente confinado para o transporte manual de material, que teria que ser necessariamente leve, porém, resistente, de acordo com o engenheiro Eudóxio Pontes, gerente de Produção do Sistema Produtor São Lourenço S.A.
A solução foi o emprego dos blocos de EPS instalados entre a tubulação e o espaço da parede lateral do túnel. A atividade foi executada a um ritmo de 70 m lineares por dia, com ganhos também em custos.
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Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br.

Denilson Rodrigues – Engenheiro Civil formado pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atua como calculista em projetos estruturais em concreto armado. É responsável pela área de engenharia e de desenvolvimento técnico do Grupo Isorecort.