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SOLUÇÕES EM EPS

Confira 7 pontos de atenção mais importantes ao projetar shafts

Recomenda-se a definição do elemento construtivo ainda na concepção do projeto, a previsão de aberturas de inspeção a cada pavimento e, também, o emprego de shafts pré-fabricados. O mais recente é de poliestireno expandido (EPS), do Grupo Isorecort

Hosana Pedroso

Confira 7 pontos de atenção mais importantes ao projetar shaftsConfira 7 pontos de atenção mais importantes ao projetar shafts
O shaft em EPS tem baixo custo de aquisição (foto: divulgação/Grupo Isorecort)

Mandatórios para edifícios de múltiplos pavimentos, inclusive sobrados, os shafts devem ser previstos na fase de concepção do projeto. “Nesse momento, devem ser definidas as posições mais adequadas e os sistemas prediais que serão atendidos pelos shafts, independentemente de se definir nessa fase as suas dimensões”, explica o engenheiro e professor Sérgio Frederico Gnipper, sócio-diretor da Gnipper Engenheiros Associados. Ele detalha os sete pontos de atenção mais importantes para projetar o elemento construtivo.

1. Desenvolvimento de projetos complementares – uma vez definidos os sistemas que serão atendidos em cada shaft – hidráulico, sanitário, combate a incêndio e elétrico, entre outros – e suas posições em planta, o desenvolvimento dos projetos complementares ao arquitetônico dará subsídios para a determinação das dimensões e a disposição dos respectivos componentes, como o layout, permitindo o detalhamento, a forma de fixação ou suportação mecânicas das tubulações, eletrodutos, cabos etc. “Isto deve ocorrer dentro de um processo de compatibilização que será cada vez mais facilitado com a disseminação das ferramentas do Building Information Modeling (BIM)”, ressalta.

2. Projetando espaço adequado – os projetos complementares informam ao autor do projeto arquitetônico as posições ideais e as dimensões dos componentes que serão alojados em cada shaft. As dimensões finais são obtidas na fase de detalhamento, que trará indicação dos recursos de suportação e ancoragem das tubulações e cabeamentos, com os espaçamentos necessários para a colocação de abraçadeiras, perfis metálicos etc. É essencial projetar espaço suficiente para permitir acesso aos componentes dos sistemas atendidos, seja para uma simples inspeção visual, seja para possível retirada e substituição futura.

3. Aberturas de inspeção – sob o ponto de vista de inspeção e manutenção, um shaft com paredes de alvenaria totalmente fechado, sem acessos intermediários, em nada se diferencia do processo tradicional de se embutir tubulações verticais em enchimentos. “Manutenções vão exigir a quebra da parede e do seu revestimento”, diz o professor.

Fotos: Sérgio Gnipper

Embutimento convencional de prumadas em enchimento (esq.) e dentro de shaft de alvenaria não inspecionável (dir.)

A melhor condição de acesso se dá quando são previstas aberturas de inspeção a cada pavimento, conforme as imagens abaixo.

Fotos: Sérgio Gnipper

Quando não é possível prover aberturas de acesso intermediárias no shaft, o elemento deverá ser dotado de escada de acesso interna. Situação que vai requer maiores dimensões, uma vez que eventuais intervenções de manutenção e reparos deverão ser feitas dentro do próprio shaft.

Shaft com acesso por escada (fotos: Sérgio Gnipper)

4. Importância de se evitar umidade – um aspecto importante no projeto do shaft está relacionado à umidade. As inspeções removíveis devem permitir um fechamento estanque, impedindo o ingresso de água e umidade, especialmente no caso de estarem situadas dentro de áreas molhadas da edificação e mesmo dentro de boxes de chuveiros.

Fotos: Sérgio Gnipper

“Eventual umidade pode ingressar no interior de um shaft e condensar sobre superfícies frias, como as de paredes e de tubulações conduzindo água fria. A água eventualmente condensada acaba por escorrer e gotejar para a base do shaft, sugerindo falsamente a existência de vazamento”, indica Gnipper. Outro cuidado no projeto deve ser a previsão de um ralo na base do shaft. A tubulação de saída deve desaguar de forma visível sobre uma superfície ou outro ponto de coleta, permitindo a percepção de eventual vazamento de tubulação hidráulica alojada em seu interior.

5. Emprego de carenagens a forma de acesso ao interior e a quantidade e dimensões dos dutos são determinantes para o dimensionamento dos shafts. “Entretanto, existem disponíveis no mercado carenagens de diferentes materiais que, diferindo de simples tampas de vedação, trazem utilidades para os ambientes que abrigam os shafts”, destaca. Nas fotos abaixo, o espelho, o lavatório, o misturador da ducha, a bacia sanitária da saída lateral e respectiva caixa de descarga estão incorporadas à carenagem de fechamento dos shafts situados em banheiros.

"Existem disponíveis no mercado carenagens de diferentes materiais que, diferindo de simples tampas de vedação, trazem utilidades para os ambientes que abrigam os shafts", Sérgio Frederico Gnipper

Fotos: Sérgio Gnipper

6. Localização  shafts internos a unidades condominiais devem ser situados próximos de equipamentos que deles se beneficiarão, a exemplo de quadros de distribuição de energia e aparelhos sanitários. Já os situados em áreas comuns dependem dos sistemas e componentes neles alojados, como hidrantes de incêndio, conexões de ensaio de sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers), medidores de gás, hidrômetros, válvulas redutoras de pressão, medidores de energia elétrica etc. “Existem restrições, por exemplo, para o posicionamento do hidrante de incêndio, cuja extensão de mangueira para dar cobertura à área de risco é limitada em 30 metros pelo regulamento do Corpo de Bombeiros. Neste caso, o respectivo shaft deverá ser posicionado de forma a respeitar este limite, caso o abrigo se localize em seu interior”, acrescenta.

Fotos: Sérgio Gnipper

7. Emprego de shafts pré-fabricados – na fase de projeto, é feita a definição das características construtivas dos shafts, como posição, dimensões, formas de acesso, vedações, revestimentos e materiais, além da opção pelos shafts pré-fabricados. Os sistemas mais conhecidos são os de fibra de vidro resinada com acabamento polido e os de drywall. Mais recentemente, foram disponibilizados no mercado fechamentos com placas cimentícias e placas de poliestireno expandido (EPS) revestidas.

“O sistema em EPS é solução interessante, principalmente pela rapidez de execução, peso reduzido para a estrutura e baixo custo de aquisição. Uma particular vantagem é a possibilidade de, em certos casos, dispensar o acesso para manutenção. De forma semelhante aos forros falsos de gesso ou de PVC, havendo necessidade de acesso para intervenção, a reconstituição de eventual quebra da vedação do shaft é rápida e de baixo custo”, comenta Gnipper.

"O sistema em EPS é solução interessante, principalmente pela rapidez de execução, peso reduzido para a estrutura e baixo custo de aquisição", Sérgio Frederico Gnipper

O emprego de shafts com placas cimentícias e placas de EPS revestidas carece de uma maior divulgação entre os construtores e profissionais das áreas de arquitetura e de sistemas prediais. “A demonstração das vantagens destes recursos construtivos, com comparativos de custos em relação às formas tradicionais de alojar componentes de sistemas prediais, certamente contribuirão para o seu emprego mais frequente”, conclui.

Leia também: EPS é usado na proteção dos vidros durante transporte e armazenamento

Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br

Colaboração Técnica

Sérgio Frederico Gnipper – Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia Mauá (1981). Mestre em Engenharia Civil FEC–UNICAMP (2010). Sócio-diretor da Gnipper e Engenheiros Associados – Curitiba – PR. Instrutor de cursos de extensão e professor de disciplinas em cursos de pós-graduação lato-sensu nas áreas de Perícias e Patologias de Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários, de Projetos de Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários, de Sistemas Prediais Hidráulicos de Combate a Incêndio, de Sistemas Prediais de Gás Combustível e de Saneamento Básico. Autor do texto-base de revisão e unificação das normas de sistemas prediais de água fria ABNT NBR 5626 e sistemas prediais de água quente ABNT NBR 7198 e secretário da comissão de estudos da ABNT desde maio/2012. Autor de cursos de Ensino à Distância na área de Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários (QiSat) para AltoQi/MN Tecnologia e Treinamento – Florianópolis - SC. Consultor da AltoQi – Florianópolis – SC para o módulo de incêndio do software AltoQi Hydros. Consultor ac hoc da FAPESP.