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SOLUÇÕES EM EPS

Casas containers usam EPS para o isolamento termoacústico

Ambientes de residências e lojas, entre outros usos, construídos com containers de aço galvanizado permanecem com temperatura agradável, protegidos por chapas de poliestireno expandido (EPS)

Hosana Pedroso

Casas containers usam EPS para o isolamento termoacústicoCasas containers usam EPS para o isolamento termoacústico
Casa Container – Granja Viana (fotos: Plinio Dondon)

Na última década, os containers deixaram de ser exclusividade dos navios e passaram a integrar o rol de sistemas construtivos no Brasil, incluindo residências, lojas, colégios e restaurantes, entre outros usos. O conceito evoluiu para a fabricação de novos containers, especialmente projetados para arquitetura e construção civil, como faz o Grupo Lafaete.

Sejam esses ou os marítimos, eles incorporam uma série de tecnologias que garantem beleza estética e conforto.

Para o isolamento termoacústico de paredes e teto, um dos materiais empregados é o poliestireno expandido (EPS). “Todos os nossos containers utilizam o EPS, resultando em importante redução de calor nos ambientes”, afirma Edison Hideo Tateishi, diretor de Operações e de Engenharia da empresa.

"Todos os nossos containers utilizam o EPS, resultando em importante redução de calor nos ambientes", Edison Hideo Tateishi

O arquiteto Danilo Corbas, diretor da Container Box, afirma que a solução começa a ser levada a sério pelo mercado da construção civil. “Em 2010, iniciamos o desenvolvimento da técnica ao construirmos a primeira casa – não alojamento – na Granja Viana (SP)”, diz, acrescentando que diversas empresas foram chamadas para participar do projeto, que se revelou um grande sucesso, inclusive na mídia brasileira e internacional.

“Tudo começa com um bom projeto de arquitetura, que se soma aos materiais, para garantir um bom desempenho térmico e acústico da construção”, destaca Corbas. O uso de materiais para o isolamento térmico e acústico das paredes e teto é essencial e compõe com recursos de projeto, como aberturas estrategicamente posicionadas, cores reflexivas, coberturas verdes, telhados brancos, paisagismo. Entre as soluções, o arquiteto opta por telhas térmicas do tipo sanduíche de EPS ou poliuretano. Mas há situações em que emprega telhas de barro ou cerâmica. “Nas paredes, por usar muito o drywall e o woodframe, adoto as mantas de fibras de vidro, lã de rocha, cortiça e tantas outras. E também os painéis de EPS e poliuretano”, conta.

"Tudo começa com um bom projeto de arquitetura, que se soma aos materiais, para garantir um bom desempenho térmico e acústico da construção", Danilo Corbas

Casa Orleans Curitiba
Casa Container – Casa Orleans Curitiba (foto: Tatiana Stavitiski)

MÓDULOS HABITACIONAIS

Na Lafaete, os containers ganharam nova denominação: módulos habitacionais. Seus produtos de prateleira e os produzidos sob projeto têm estrutura em parede dupla de aço, com galvanização superior de 275 g/m², o que garante vida útil de até 100 anos, sem corrosão.

“As chapas de aço recebem tratamento de pré-pintura à base de epóxi, que assegura proteção complementar e melhor aspecto estético. No interior das duas chapas de aço, é inserida a placa de poliestireno expandido, responsável pelo isolamento térmico e acústico. Usamos o EPS 3F, com densidade de 14 kg/m², dotado de propriedade antichama, com espessura padrão de 50 mm”, explica Tateishi.

A face interna da parede pode receber acabamento em drywall, antecedido por painéis OSB, para o travamento do conjunto e instalação do sistema elétrico embutido.

A resistência térmica do EPS faz com que, por volta das 15h de um dia quente, quando o calor aquece o exterior do módulo, a temperatura interna fique 5°C mais baixa. O conforto térmico promovido pelo poliestireno expandido conta com um aliado: a ventilação cruzada dos módulos.

Nos projetos da empresa, os vãos das janelas representam, no mínimo, o exigido pela NR 18, ou seja, área de ventilação natural equivalente a 15% da área de cada ambiente. A proteção termoacústica do teto dos containers é feita com telhas sanduíche de espuma rígida de poliisocianurato (PIR). “Do ponto de vista acústico, é uma ótima solução, inclusive porque retém eventual infiltração de água”, comenta.

PROJETOS VARIADOS

Nos projetos da Container Box, a escolha dos materiais de isolamento termoacústico é guiada por fatores como desempenho em situações de incêndio, facilidade de aplicação e instalação, salubridade do espaço, absorção de água e umidade, impacto ambiental, resíduos, durabilidade e relação preço x desempenho. “Pelo fato de usarmos conjuntos de soluções térmicas, não avaliamos os produtos só por desempenho, mas contamos com as descrições técnicas de cada família de produtos antes de escolhermos o mais adequado para determinado projeto. O certo é que priorizamos a minimização do uso de equipamentos como ar-condicionado e aquecedores elétricos”, ressalta Corbas.

Casa container
Casa Container – Casa Orleans Curitiba (foto: Tatiana Stavitiski)

De acordo com Tateishi, a Lafaete atende de forma crescente projetos assinados por arquitetos para empreendimentos como colégios particulares de alto padrão e lojas franqueadas. “Como a construção com container pode ser integral e facilmente removível, é comum que essas lojas façam teste da localização ou dimensões, podendo mudar para outro local ou ampliar sua área”, diz.

Um dos maiores projetos da empresa foi o fornecimento, para as Olímpiadas 2016, de 24 cozinhas, com 18 módulos de 250 m² cada, instaladas nos vários locais dos jogos, com capacidade para 3 mil refeições por turno. “Equipamos as cozinhas e demos treinamento para o pessoal que foi operá-las. Criamos um layout, de maneira a evitar que houvesse cruzamento entre as áreas sujas e limpas”, relata o engenheiro.

Leia também: Por que o EPS é indicado para projetos que visam conforto térmico?

Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br

Colaboração Técnica

danilo corbas

Danilo Corbas – É arquiteto formado pela FAU-USP (1991). Foi precursor da construção em container no Brasil. Autor de projetos reconhecidos internacionalmente, desenvolveu sua própria técnica construtiva em 2009 utilizando os contêineres marítimos. Seu primeiro projeto foi a Casa Container da Granja Viana. Atualmente conta com inúmeros projetos no Brasil, como casas de alto padrão, eventos, prédios comerciais.

edison hideo tateishi

Edison Hideo Tateishi – Engenheiro Mecânico formado pela Escola Politécnica da USP (1983) e pós-graduado em Administração Econômica e Financeira no IMES (1999). Experiência de 10 anos na indústria automobilística e 15 anos em construções modulares e industrializadas. Grande conhecimento de técnicas de produção seriada e sob encomenda. Implantação de ISO 9001, ISO 14000, OSHAS 18000, implantação de sistemas de gestão, kanbam com JIT, lean manufacturing, redução de setup, administração de gargalos e, principalmente, formador de equipes voltados a resultados, com a aplicação sistemática de técnicas de gestão. É diretor de Operações e de Engenharia do Grupo Lafaete.